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Marcelo: "Os portugueses escolheram dar a vitória ao setor moderado e não ao radical"

Na Sala dos Embaixadores do Palácio Nacional da Ajuda, o chefe de Estado começou por se dirigir ao povo português, afirmando que o seu voto nas eleições de 10 de março foram de fé na democracia, invertendo uma "abstenção que parecia imparável".

SIC Notícias

O Presidente da República deu esta terça-feira posse ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, e aos ministros do XXIV Governo Constitucional, numa cerimónia no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

Na Sala dos Embaixadores do Palácio Nacional da Ajuda, Marcelo Rebelo de Sousa começou por se dirigir ao povo português, afirmando que o seu voto nas eleições de 10 de março foram de fé na democracia, invertendo uma "abstenção que parecia imparável".

“O vosso voto foi de fé na democracia”

"É para os portugueses a minha palavra. O vosso voto foi de fé na democracia, ao inverter a abstenção que parecia imparável. Nos 50 anos do '25 de Abril', o voto vale sempre a pena, a liberdade vale sempre a pena, a democracia vale sempre a pena", apontou.

Marcelo prosseguiu sobre os resultados eleitorais, ao referir que a vitória da AD foi difícil, a mais estreita em eleições parlamentares, mas imagina que tenha sido a mais gratificante.

“A vitória eleitoral foi difícil, a mais estreita em eleições parlamentares, mas imagino que tenha sido a mais gratificante”, atirou.

"Os portugueses escolheram dar a vitória ao setor moderado e não ao radical"

O chefe de Estado disse ainda que os portugueses optaram por mudar de hemisfério de Governo, não dando maioria a nenhum partido, mas que a vitória foi do "setor moderado e não do radical".


"Escolheram a reforçada aproximação às pessoas, escolheram mudar de hemisfério de Governo, não dando maioria ao partido que a possuía, nem maioria com outros partidos do mesmo hemisfério. Escolheram finalmente dar a vitória ao setor moderado e não ao setor radical", disse Marcelo, avisando Montenegro terá de conquistar "muitos mais portugueses", devido à margem curta conquistada.

Montenegro pode contar com "apoio solidário e cooperante

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que este Executivo minoritário formado por PSD e CDS-PP “contará com o seu apoio solidário e cooperante, referindo que ”nunca o regateou ao seu antecessor".

"Mas não conta com o apoio maioritário na Assembleia da República, e tem de o construir, com convergências mais prováveis em questões de regime: política externa, de defesa, europeia, financeira de repercussões internacionais ou de compromissos eleitorais semelhantes", defendeu.

Segundo o Presidente da República, "para convergências menos prováveis, noutros domínios, o diálogo tem de ser muito mais aturado e muito mais exigente" e "para decisões como reformas estruturais ou orçamentos do Estado essa exigência é ainda de mais largo fôlego".

"Conta, para tudo isso, de um apoio popular que lhe deu a vitória, mas para o qual terá de conquistar muito mais portugueses", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo rebelo de Sousa recomendou ainda ao primeiro-ministro que exerça o seu mandato com paciência política, sem elevar expectativas ou criar ambições ilusórias aos cidadãos, salientando a dificuldade da conjuntura internacional e desafios de caráter interno.

"Pode não ser espetacular neste tempo de grandes emoções, paixões, seduções pela sensação imediata. Mas poderá ser um caminho com virtualidades", salientou.

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