Ativistas do movimento Climáximo voltaram a “atacar”, desta vez, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. Os jovens pintaram os leitores de voos, afixaram uma faixa e apresentaram panos com frases de protesto. Pelo menos três jovens foram levados pelas autoridades.
“Novo aeroporto: Colapso Climáximo”, lê-se na faixa negra que, esta segunda-feira à tarde, afixaram no átrio principal, local onde também lançaram tinta vermelha.
Para os apoiantes do movimento, avançar com um novo aeroporto (seja a expansão ou a deslocação) “é um crime”.
Ao mesmo tempo, dois apoiantes do movimento pintaram os painéis perto das portas de embarque, o que, segundo o movimento, “atrasou o trânsito de passageiros”.
O “único plano compatível” para travar o colapso climático, argumentam, é reduzir a aviação em mais de 90% e “apostar em transportes públicos elétricos”. Desta forma, condenam a criação de um novo aeroporto.
Pelo menos três pessoas foram levadas pela polícia.
Nos últimos meses, além de usarem tinta como “arma de protesto”, como aconteceu no debate dos oito partidos com assento parlamentar, os apoiantes deste movimento têm impedido a circulação automóvel em algumas das avenidas mais movimentadas de Lisboa.
O que diz o Climáximo?
De acordo com Inês Teles, porta-voz do movimento, o “consenso generalizado e debate público" dos partidos sobre o novo aeroporto “torna clara a hipocrisia total" dos responsáveis.
“Dizem levar a sério a crise climática, mas continuam 100% comprometidos com novos projetos de morte”, refere.
Inês Teles afirma que, em 2023, o aeroporto Humberto Delgado movimentou 33,6 milhões de passageiros, um valor sete vezes superior ao de 1990.
Estes dados apontam para um “crescimento do número de passageiros”, que poderá atingir os 85 milhões em 2050, apresenta.
“A monstruosidade deste número não deixa lugar a dúvidas: isto é uma declaração de guerra contra a vida e põe de parte qualquer hipótese de cumprimento dos cortes de emissões necessários para parar o colapso”, afirma, acrescentando que a "única forma realística de cortar emissões na aviação é reduzir o número de voos."
O Climáximo reforça que, independentemente dos resultados das próximas eleições legislativas, o novo Governo vai continuar “em guerra contra a vida”, uma vez que "nenhum partido apresenta soluções reais para travar o colapso climático.