Quem tem trabalhado para proteger o oceano quer ter uma palavra a dizer sobre as políticas que têm de ser adotadas, a nível internacional, para inverter o estrago que já foi feito.
"Nós hoje vivemos uma crise de biodiversidade porque as medidas de gestão, de conservação não têm sido implementadas e isso tem levado a uma perda de valor, recursos, de vida", garantiu Emanuel Gonçalves, administrador da "Fundação Oceano Azul".
Não dar a devida importância ao oceano, que ocupa mais de 70% da superfície do planeta, é ignorar o potencial que tem para ajudar a combater um dos principais desafios da atualidade, a crise climática.
"Quando temos o oceano protegido temos mais vida marinha, temos mais sistemas naturais, mais carbono absorvido, mas também porque é uma maneira de no contexto multilateral, no contexto nomeadamente daquilo que são as grandes decisões o oceano passe a constar como um ator principal", acrescentou o administrador da "Fundação Oceano Azul".
Na Convenção das Organizações para um Oceano Limpo que aconteceu este sábado em Lisboa, as organizações partilharam conhecimento e procuraram soluções para um problema que é de todos.
"A nossa tarefa é travar e reverter esse declínio, como se o futuro da nossa espécie dependesse disso. Porque depende mesmo", disse Peter Thomson, enviado do secretário-geral da ONU para os oceanos.
No próximo ano o resultado desta troca de ideias entre organizações portuguesas será apresentado na terceira Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que é vista como uma das últimas oportunidades de traçar um estratégia para salvar o oceano.