Em entrevista a Sebastião Bugalho para o novo podcast da SIC Notícias, “Os Protagonistas”, Durão Barroso considera que a maior honra que um português pode ter é ser Presidente da República. O antigo primeiro-ministro critica ainda a decisão do Governo de retirar as quinas do logotipo da República Portuguesa.
Questionado sobre qual é a sua perspetiva sobre o cargo de chefia de um Estado, o ex-presidente da Comissão Europeia afirma que "ser Presidente da República é a maior honra que pode ter um português do ponto de vista nacional".
"Presidente da República é um cargo que respeito imenso"
Sublinha, porém, que, "em condições normais", o cargo de chefe de Estado tem “menos poder do que o de primeiro-ministro”, a nível nacional, e menos poder do que o presidente da Comissão Europeia, a nível internacional.
"Ser Presidente da República é um cargo que eu respeito imenso", vinca, antes de reiterar que o chefe do Executivo tem mais "poder efetivo" do que o Presidente.
Durão Barroso recusa comentar o facto de alguns partidos quererem levar a cabo uma revisão constitucional de forma a instaurarem um sistema presidencial no país. Para o antigo primeiro-ministro, atualmente, os portugueses não se devem distrair com temáticas desta ordem.
"É um erro até do ponto de vista da própria direita política", anota.
Considera que o que realmente interessa aos portugueses "é a habitação, é a saúde, é a educação, que estão, infelizmente, bastante pior do que estavam há algum tempo". Nesse sentido, deixa uma dica aos partidos e aos candidatos políticos:
"Quem quer ganhar as eleições, se quiser fazer alguma coisa melhor para o país, é nestes assuntos que se deve concentrar. Não quer dizer que não possa também abordar outros, mas não se deixar distrair por questões que não são, neste momento, prioritárias".
O polémico logotipo
Sobre o novo logotipo da República Portuguesa, o ex-presidente da Comissão Europeia considera que "é inaceitável" o Governo ter feito a alteração com a justificação de que "era mais inclusivo".
Justificou a sua posição dizendo que as quinas são um símbolo nacional "há tantos séculos", com o qual os portugueses “tanto se identificam”.
Lança, por isso, o repto ao próximo Governo para que volte a utilizar as quinas na comunicação institucional.
"São um símbolo que nos une e que não temos que nos envergonhar. E hoje em dia as pessoas pedem desculpa pelo termo família, pedem desculpa pelo pelo seu patriotismo. Ora, nós não temos de pedir desculpa pelo nosso orgulho de sermos portugueses", reitera.