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"Não é politicamente sustentável que Miguel Albuquerque se mantenha no cargo"

O Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido. As buscas da PJ já culminaram na detenção do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e de mais duas pessoas.

SIC Notícias

Miguel Albuquerque foi esta quarta-feira constituído arguido no âmbito das buscas da Polícia Judiciária na Madeira por suspeitas de corrupção. Cenário que pode mudar a posição do Presidente do Governo Regional da Madeira, que, para já, garantiu não se despedir do cargo.

É o que defende Ana Sá Lopes, jornalista do Público, em entrevista à SIC Notícias.

“Não é politicamente sustentável que ele se mantenha no cargo. Não judicialmente, mas politicamente é insustentável. Acho que a posição de Miguel Albuquerque vai mudar. Vários partidos já estavam a pedir [que considerasse a demissão], mesmo antes de ser constituído arguido”.

Luís Garriapa, jornalista da SIC, realça a complexidade deste caso, que já culminou na detenção de Pedro Calado, presidente da Câmara do Funchal, Avelino Farinha, líder do Grupo AFA, e Custódio Correia, CEO e principal acionista do grupo SOCICORREIA.

“São muitas matérias diferentes em causa. O grosso, o mais importante, é a questão da adjudicação de obras públicas (…) saber se houve ou não contratos viciados para a adjudicação. Depois há também a questão se houve um financiamento da atividade privada do presidente da Câmara do Funchal, ou seja, se ele recebia para as suas atividades ou se pedia em troca de alguma coisa. E ainda outra: saber se houve ou não algum tipo de artimanha jurídica ”, afirma Luís Garriapa.

“Marcelo tentou acalmar os ânimos”

O Presidente da República assegurou que não existe “intranquilidade” no país, após novas buscas, desta vez na Madeira, a pessoas em cargos políticos e institucionais. Marcelo Rebelo de Sousa apontou, ainda, que a “Justiça não tem calendários”.

Para Ana Sá Lopes, o objetivo do chefe de Estado foi “de alguma forma tentar apaziguar ou acalmar os ânimos”.

“Foi este o objetivo foi objetivo: dar a ideia de uma grande estabilidade ao dizer isso. Muitas vezes o Presidente diz uma coisa parecendo que está a dizer o contrário. Ele tem várias formulações de linguagem discursiva política. Não é líquido que possa ser lido assim. (…) Ele sabe que é impossível, que é claro que a justiça vai contaminar o período eleitoral em que estamos a viver. Como a Operação Influencer contaminou a desfavor do PS, esta vai contaminar a desfavor do PSD”, salientou a jornalista do Público.

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