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Deputados do PSD no Chega? Ventura está a ser "incoerente e inconsistente"

A jornalista do Expresso Liliana Valente defende: "Queremos perceber o porquê de André Ventura estar a deixar cair a sua bandeira de ser antissistema para ir buscar [deputados] exatamente ao sistema".

SIC Notícias

O deputado Rui Cristina, que aparece nas listas da Aliança Democrática (AD) pelo circulo eleitoral de Faro, saiu do PSD e foi esta segunda-feira dado como certo a cabeça de lista do Chega pelo distrito de Évora. Em análise na SIC Notícias, esta terça-feira, Liliana Valente descortina o que pode significar, a um nível mais profundo, esta movimentação direta de deputados.

A jornalista de Política do Expresso começa por frisar que o próprio líder do Chega, André Ventura, “veio do PSD”.

A jornalista denota que o partido está a ter “falta de coerência”, na medida em que não está sequer a respeitar as suas bandeiras, quando afirmavam "querer fazer uma limpeza”.

“Um partido que se apresenta como antissistema, como é o caso do Chega, está a fazer gala de ter ido, entre aspas, roubar a deputados aos partidos do sistema”, afirma.

Questionada se será uma atitude de pirraça do próprio partido, a jornalista pede seriedade: “A política é uma coisa séria e temos de encará-la como tal”.

“Não sei se isto para os próprios apoiantes do Chega não é uma coisa que eles queiram notar: é que estas pessoas estão a vir do sistema, estão a vir do PSD e estão a passar-lhes à frente, por assim dizer”, acrescenta.

Sobre os deputados que fizeram uma transição direta do PSD para o Chega, Liliana Valente refere que estes não terão um impacto significativo a nível nacional, mas podem “fazer mossa a nível local”.

“Estamos a falar de algumas pessoas de terceira linha nacional, que eu, enquanto jornalista de política, ouvi falar, mas se calhar o comum dos portugueses não ouviu falar. Alguns deles têm alguma relevância local e isso pode ser importante”, explica exemplificando com os deputados Rui Cristina e Eduardo Teixeira.

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