A Fenprof diz que é uma coincidência curiosa que a atualização dos salários professores aconteça dois dias antes do arranque da campanha eleitoral. No final do próximo mês, mais de oito mil docentes que subiram de escalão vão ser aumentados com retroativos.
Sem a aprovação dos Sindicatos dos Professores e depois de longas reuniões no ministério da Educação, o chamado acelarador das carreiras seguiu para a frente e permitiu a transição de milhares de docentes para os quinto e sétimo escalões.
O diploma aprovado ainda no ano passado com o Governo em plenas funções só terá efeitos no final próximo mês, data que para o secretário-geral da Fenprof não terá sido escolhida ao acaso.
“Pagar na antevespera do início da campanha eleitoral, tem haver com a campanha eleitoral. Se isto leva muita gente a desconfiar do assunto, leva, mas pode ter sido coincidência", disse.
Agora está mais contido, depois de ter dito ao Correio da Manhã que os professores não se deixam enganar com as migalhas, quando ainda falta a recuperação do tempo de serviço.
Coicidência ou não, os partidos concordarm que o mais importante agora é concretizar os aumentos e respeitar os professores.
“Os pagamentos que as eleições desbloquearam são bem-vindos. O que é irónico é que sejam precisas eleições para que uma medidas e de pagamentos que são justas saiam da gaveta e entrem em vigor”, disse a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua.
Já André Ventura, líder do Chega, esclareceu que “se foi planeado para calhar em dias estratégicos, mostra como o PS está agarrado ao poder e aos cálculos do poder".
Rui Rocha da Iniciativa Liberal relembrou que tudo foi aprovado antes de haver “ideia de que o Governo podia cair”.
Em fevereiro, os salários dos docentes que passaram para o quinto escalão será aumentado em cerca de 158 euros brutos.
No caso dos cerca dos três mil e 600 professores que progrediram para o sétimo escalão o aumento será de quase 251 euros brutos.
O pagamento será feito com retroativos.
“Se há um pagamento feito de forma concentrada significa que a atualização não foi possível dentro do previsto”, acrescentou Mariana Vieira da Silva.
Com esta medida, o Governo pretende corrigir as assimetrias criadas durante o período em que as carreiras dos professores e dos educadores estiveram congeladas entre 2005 e 2007 e entre 2011 e 2017.