País

Bombeiros adiam novamente cobrança de taxas pela retenção de macas

Os bombeiros esperam também que os problemas nas urgências fiquem resolvidos até à Páscoa, quando está marcada uma reunião com todos os intervenientes, desde a direção executiva do SNS ao INEM.

SIC Notícias

Lusa

O presidente da Liga dos Bombeiros, António Nunes, disse esta quinta-feira à SIC que as nove propostas da Liga foram bem recebidas. A medida de taxar as macas retidas continua suspensa até à Páscoa, altura em que voltam a reunir.

A Liga dos Bombeiros comunicou que a reunião com a Direção Executiva do SNS foi bem sucedida e que alcançou um acordo quanto ao reforço de ambulâncias contratualizadas para o serviço de emergência.

Por isso, passam a ter mais 130 ambulâncias em permanência e propuseram um aumento da tabela remuneratória ao INEM - passar dos 4.875 euros por mês para mais de seis mil euros por mês.

“Foi possível encontrar um consenso alargado sobre as medidas apresentadas pela LBP onde se inclui uma melhor gestão dos transportes urgentes, o aumento do número de ambulâncias dos Bombeiros disponíveis para a emergência pré-hospitalar, uma gestão mais adequada dos meios dos hospitais para receção de doentes, uma reformulação do sistema de comunicações entre as ambulâncias e os centros de orientação de doentes urgentes (CODU) e a melhoria da organização da capacidade de reposta de emergência de transporte de doentes na península de Setúbal”, lê-se no comunicado da LBP.

Há nova reunião dia 2 de fevereiro com o INEM e dia 26 com a direção executiva.

A 27 de março haverá uma reunião com todas as partes envolvidas para avaliarem se as medidas estão a resultar e se foram implementadas.

O problema

A reunião desta quinta-feira acontece depois de uma primeira que a LBP teve com a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, também no Porto, no dia 09.

Nessa data, em declarações aos jornalistas, António Nunes anunciou a realização desta segunda reunião que incluiria o INEM e adiou a cobrança de taxas aos hospitais pela retenção das macas nas urgências, mostrando-se esperançado em encontrar uma solução "estrutural".

A LPB aprovou no dia 8 a aplicação de taxas aos hospitais pela retenção das macas de ambulâncias nas urgências.

Os valores variavam conforme as horas de retenção: por cada duas horas após a primeira hora seriam aplicados 50 euros, no segundo bloco de duas horas 100 euros, no terceiro bloco de duas horas 150 euros e depois 150 euros por cada duas além dessas.

No mesmo dia, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, considerou incompreensível que os hospitais não encontrem um sistema para evitar a retenção de macas dos bombeiros.

Hoje, à entrada para a reunião, António Nunes falou aos jornalistas e recordou que uma das medidas aprovadas pelos bombeiros desde março do ano passado, mas que nunca foi executada, era o não retirar doentes com alta dos hospitais.

"No dia em que fizermos isso, no dia seguinte fica tudo resolvido", disse António Nunes.

Já na semana passada, o presidente da LBP deu exemplos de situações complicadas de retenção de macas e ambulâncias, nomadamente uma em Coimbra em que os bombeiros ficaram 22 horas à porta de um hospital.

Já no Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), uma corporação da região ficou com sete ambulâncias retidas à porta do hospital.

A nível nacional, as corporações de bombeiros têm 450 ambulâncias disponíveis para o serviço pré-hospitalar.


Últimas