O número de casos de gripe está acima do habitual e existe um excesso de mortalidade registada entre a população acima dos 45 anos. Com o frio, esta questão agrava-se e é importante que a vacinação não fique de parte.
Paulo Paixão, virologista e professor da Nova Medical School, diz que “é fundamental” as pessoas continuarem a tomar as vacinas.
“Podem haver muitas explicações para o facto das pessoas estarem menos vacinadas. Acho que há uma mais óbvia: estão cansadas desta questão e, de repente, começam a ouvir que têm de continuar a vacinar para a Covid-19 e depois também para a gripe. A verdade é esta, as vacinações assustam. Mas nós contratamos com microrganismos todos os dias, aquela ideia que o nosso sistema imunitário não aguenta muitas vacina não é real, porque nós diariamente contratamos com muitos outros vírus e não temos vacinas para eles”.
Paulo Paixão conta ainda que, esta quarta-feira, um relatório do ECDC - organismo que coordena a informação epidemiológica a nível europeu - confirmou que o vírus da gripe que está a circular é muito parecido com o que está na vacina, pelo que “a vacinação está muito apropriada para este vírus”.
Aumento de casos “era expectável”
Segundo o professor da Nova Medical School, “mais cedo ou mais tarde” o país teria um aumento dos casos de gripe, como uma “herança” da pandemia.
“Neste momento, temos maior número de casos pois, durante a pandemia, não tivemos praticamente gripe. (…) Portanto, o facto de não termos tido contacto com o vírus, durante um ano ou mais, fez com que a nossa imunidade e as nossas defesas diminuíssem”.