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Ministério Público considera Galamba o "mentor" da Operação Influencer

O Expresso revela esta terça-feira o teor do recurso do Ministério Público às medidas de coação aplicadas pelo juiz de instrução. Os três procuradores consideram que as considerações de Nuno Dias Costa "não são acertadas."

Horacio Villalobos/getty IMAGES

SIC Notícias

O ex-ministro João Galamba é considerado pelos procuradores da Operação Influencer como o “mentor” do alegado esquema para favorecer a empresa Start Campus na construção do data center, em Sines. A informação é avançada pelo Expresso, que teve acesso ao recurso do Ministério Público (MP) às medidas de coação do juiz de instrução, Nuno Dias Costa.

"Parece-nos cristalino que o arguido não só atuou conluiado com os arguidos Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, como foi na verdade o autor e verdadeiro mentor dos factos ora em apreço", escreve o Ministério Público, citado pelo semanário.

Os procuradores alegam que João Galamba foi o responsável por criar disposições legais que seriam, depois, vantajosas para a Start Sampus. Foi dado como exemplo um telefonema do ex-ministro das Infraestruturas a 12 de outubro em que Galamba terá pedido para que a empresa lhe enviasse uma informação com as normas de que poderiam beneficiar a atividade do data center de Sines.

O Ministério Público discordou das medidas de coação aplicadas a Diogo Lacerda Machado, ex-melhor amigo, e Vítor Escária, ex-chefe de gabinete de António Costa. Os três procuradores responsáveis pela Operação Influencer consideram que “há perigo de perturbação grave da ordem e tranquilidade públicas quanto a todos os arguidos detidos”.

Recorde-se que o MP tinha pedido prisão preventiva para Lacerda Machado e Vítor Escária, acabando os dois por sair em liberdade, com a apreensão do passaporte e pagamento de uma caução ao primeiro.

Os três procuradores consideram que o juiz de instrução errou também em relação ao autarca de Sines, que saiu do Tribunal de Instrução Criminal sem qualquer acusação. O Ministério Público imputa a Nuno Mascarenhas o crime de corrupção, alegando que o autarca tinha competência para agendar a reunião da Câmara e nela incluir um ponto de ordem desejado pela Start Campus.

No recurso, os procuradores admitem que existiram erros no processo, nomeadamente, a associação feita entre aprovação da Portaria 248/2022 ao centro de dados de Sines.

Ainda de acordo com o Expresso, no recurso com mais de 100 páginas, o Ministério Público afirmou que as considerações feitas pelo juiz de instrução “não são juridicamente acertadas”.

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