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2024 é o ano em que muitas figuras públicas se vão sentar no banco dos réus

Quase uma década depois, José Sócrates deverá finalmente começar a ser julgado em 2024. No ano decisivo da Operação Marquês, a justiça vai ser posta à prova em alguns dos mais mediáticos processos de sempre: BES, EDP e a Operação Influencer, que levou à queda do governo.

Diogo Torres

Se a justiça cumprir com o tempo que a política lhe está a exigir, 2024 será o ano em que António Costa vai ficar a saber se passa, ou não, a ser arguido na Operação Influencer e se o processo de que é alvo no Supremo Tribunal de Justiça vai chegar a transformar-se numa acusação.

O Ministério Público junto do Supremo tem de concluir se há fundamento nas escutas em que arguidos se referem ao primeiro-ministro como agente desbloqueador de negócios.

O hidrogénio, a exploração de lítio e a construção de um centro de dados vão continuar a ser investigados, no próximo ano, em três processos separados nas mãos de uma equipa especial que passou a incluir a Polícia Judiciária, até agora afastada da investigação.

Celeridade é o que tem faltado à Operação Marquês. Quase uma década depois de ter sido detido, José Sócrates deverá finalmente começar a ser julgado em 2024.

Em janeiro, vão ser conhecidas as decisões de dois recursos: um em que o Ministério Público quer o antigo primeiro-ministro julgado por 31 crimes e não pelos seis validados por Ivo Rosa e outro em que os procuradores se juntam a José Sócrates contra as alterações que o juiz fez na acusação quando mandou uma pequena parte do processo para julgamento.

Se começar a ser julgado no próximo ano, José Sócrates pode ainda cruzar-se em tribunal com o antigo colega de governo, Manuel Pinho. O julgamento do ex-ministro da Economia já está em velocidade de cruzeiro. As alegações finais do processo EDP deverão acontecer no primeiro trimestre.

2024 será também o ano do julgamento da Operação Vórtex, que envolve o antigo vice-presidente da bancada parlamentar do PSD e o ex-presidente da Câmara de Espinho.

No próximo ano, deverão também sentar-se no banco dos réus o antigo juiz Rui Rangel e Luís Filipe Vieira. Todos os arguidos da Operação Lex, sabe-se agora, vão ser julgados em conjunto no Supremo Tribunal de Justiça.

O antigo presidente do Benfica aguarda por novidades na investigação de outro processo: o cartão vermelho, um dos muitos casos ligados ao futebol que ainda não têm acusação.

O Ministério Público vai continuar a investigar, também, os negócios do fundador da Altice, Armando Pereira na Operação Picoas e o processo Tutti Frutti, que envolve autarcas e políticos do PS e do PSD.

As investigações que demorarem mais de 10 meses vão ser herdadas pelo sucessor de Lucília Gago. A Procuradora-Geral da República termina o mandato de 6 anos em outubro.

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