José Sócrates não comentou, nem defendeu António Costa quando questionado sobre o processo que visou vários membros com relações ao Governo na Operação Influencer. O ex-primeiro-ministro discordou, no entanto, das declarações de Passos Coelho sobre a saída antecipada de Costa.
"Eu pedi-vos que não me provocassem para não entrar em ataques políticos, que [Pedro Passos Coelho] fez. Estou muito longe de partilhar este ponto de vista. Aconselho aos que têm o mesmo ponto de vista a terem a devida precaução no que dizem, porque veremos quem fez má figura daqui a uns meses", esclarece José Sócrates, no âmbito da sua presença no Campus de Justiça, em Lisboa, como testemunha no Caso EDP.
Pedro Passos Coelho, também hoje presente em Tribunal devido ao caso EDP, avisou o país: “Espero que o País saiba identificar no atual governo responsabilidades graves na situação a que chegou. Suficientemente graves para que o atual primeiro-ministro tenha sido o único - de que tenho memória - que se tenha sentido na necessidade de apresentar a demissão por indecente e má figura”, afirmou Passos Coelho, prometendo “não voltar a fazer declarações sobre esta matéria”.
Sobre a atualidade política, o ex-primeiro-ministro não desejou comentar mais, a não ser sobre o seu processo em tribunal - e ainda pediu para os jornalistas falarem mais baixo.
A respeito do recurso do Ministério Público quanto à decisão instrutória da Operação Marquês, que deverá ser esta semana, José Sócrates não tem expectativa, nem perspetiva, tendo em conta que não sabia do prazo.
“Não fazia ideia, estão a dar-me uma novidade, não há nada como vir junto da entidade administrativa competente, como os jornalistas, parece que são informados antes”, ironiza José Sócrates.
Sobre a possível prescrição, Sócrates diz que se trata de “conversa de Ministério Público”, que se assumir perder, será apenas “em secretaria”.
“O falhanço da Operação Marquês deve-se à inocência das pessoas, não se deve a prescrições nenhumas”, comenta.