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Passos Coelho notificado no Whatsapp para ir a tribunal: legal ou ilegal? As dúvidas que levanta

Dia na Justiça marcado pelo julgamento do caso EDP, onde três ex-governantes, José Sócrates, Pedro Passos Coelho e Durão Barroso, são ouvidos. À chegada, Passos Coelho disse desconhecer a razão de ter sido chamado.

SIC Notícias

José Sócrates, Pedro Passos Coelho e Durão Barroso são ouvidos no julgamento do caso EDP. Ricardo Maia Magalhães, advogado, explica a razão para pessoas arroladas como testemunhas não saberem a razão de terem sido chamadas a tribunal. Sobre a notificação por Whatsapp a Passos Coelho, refere, na SIC Notícias, que levanta dúvidas porque não está prevista na lei.

Testemunhas em tribunal? Porquê?

No dia em que três ex-governantes, José Sócrates, Pedro Passos Coelho e Durão Barroso, são ouvidos no julgamento do caso EDP, no Tribunal de Lisboa, Ricardo Maia Magalhães esclarece que "nem sempre tem de se saber" a razão para terem sido arrolados testemunhas.

"Num processo penal, os arguidos têm o direito de arrolarem as testemunhas que entenderem para poderem testemunhar perante o tribunal para tentar fazer perguntas e demonstrar a versão dos factos", explica.

No entanto, acrescenta, os testemunhos só são válidos quando são depoimentos diretos.

Os antigos primeiros-ministros prestam declarações na qualidade de testemunhas no processo que tem como arguidos o antigo ministro da Economia Manuel Pinho e Ricardo Salgado.

À chegada ao tribunal, o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse desconhecer a razão para ter sido chamado, apesar de não ter sido "uma surpresa".

Passos Coelho notificado por Whatsapp

Sobre a notificação de Passos Coelho para ir a tribunal que, segundo o jornal Expresso, foi feita via Whatsapp, o advogado refere que "não está prevista na lei".

"O código do processo penal já prevê que a notificação de alguém para estar presente num ato judicial pode ser feita por qualquer meio, inclusive por via telefónica", afirma.

No entanto, o Whatsapp é uma aplicação, o que coloca dúvidas uma vez que não está "diretamente previsto na lei".

Já o ex-presidente da Comissão Europeia foi notificado por carta registada.

Na SIC Notícias, Ricardo Maia Magalhães aponta ainda para a "linha cinzenta" entre o planeamento fiscal legal e abusivo.

"Os crimes andam de mãos dadas. Se fizéssemos uma caricatura da tipologia de crimes, o dinheiro da corrupção não é declarado. Ao branquear também não vou declarar", diz.

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