António Costa diz que o Presidente da República não devia ter optado pela dissolução do Parlamento. Esta segunda feira, em entrevista à TVI/CNN, o primeiro-ministro admite ainda que não conhece as suspeitas que levaram à investigação, mas está confiante de que vai sair ileso do processo Influencer. João Maria Jonet considera que nesta entrevista António Costa demonstrou que
O primeiro-ministro garantiu esta segunda-feira estar de “consciência tranquila” sobre a investigação judicial em curso, mostrando-se disponível para colaborar com a justiça. Ainda que esteja “magoado”, diz estar “conformado”, aguarda “serenamente que a justiça tome uma decisão sobre o que vai fazer”.
“António Costa efetivamente esteve um dia a demonstrar a má solução que Marcelo Rebelo de Sousa encontrou. Ele quis demonstrá-la de uma maneira, dizendo que a Assembleia não devia ter sido dissolvida e não devia haver novas eleições, mas demonstrou de outra que é, ele não devia continuar a ser primeiro-ministro porque um primeiro-ministro não pode estar a fazer estas declarações sobre “agentes” que estão Interessados em mandá-lo abaixo, porque isto é do nível de teorias de conspiração que se esperaria do Chega o do PCP e não do primeiro-ministro de Portugal”.
É uma espécie de ajuste de contas para com Marcelo Rebelo de Sousa e com a Procuradora Geral da República “e é grave que o primeiro-ministro em funções possa fazer isso”.
"António Costa de 7 de novembro tem toda a razão [quando disse que], um primeiro-ministro não pode estar em funções se estiver a ser investigado se não vais estar nesta posição de se estar a defender uma investigação com o cargo de primeiro-ministro
Críticas a Luís Montenegro e ao PSD
Para o comentador da SIC, o PSD comete vários erros: “dá dignidade de líder à resposta a uma entrevista que é uma coisa que nem sequer o Bloco de Esquerda faz. Isto é uma coisa de partidos que vivem em função da comunicação social, como a Iniciativa Liberal e o Chega”.
“O PSD é um partido de poder (…) Luís Montenegro muitas vezes ainda se parece portar como um líder parlamentar. Em provocação, arrogante, o ataquezinho pessoal, em vez de estar acima disto”.
Eleições nos Açores e eleições a nível nacional
Nos Açores será importante o PSD lutar por essa solução que também lutou na Madeira, dizer: “nós somos a solução moderada de governo. Temos que ter maioria absoluta se não tivermos maioria absoluta, governa o PS, votem em nós temos que ficar em primeiro, se não tivermos maioria absoluta, vamos primeiramente negociar ao centro, seja com a Iniciativa Liberal, seja com o PAN”.
“O líder do PSD tem como maior missão afirmar o PSD como alternativa de centro de governabilidade ao PS e afastá-lo da impopularidade à sua direita, particularmente do Chega.
António Costa atacou ontem o PSD dando o exemplo dos Açores, de uma coligação de direita que não funcionou.
“É esse o argumento fácil para o PS, o contra argumento do PSD e que tem que funcionar nos Açores e no país é que o PSD e a coligação com o PSD, fez com o PPM e com o CDS foi uma coligação estável que funcionou. O problema foi que os novos partidos têm valores incertos e instabilidade que os velhos partidos não têm e que, portanto, são menos confiáveis, enquanto parceiros de governabilidade”.