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Tempestade "canibal" vai colidir com a Terra e o improvável pode acontecer - ver auroras boreais em Portugal

Uma tempestade solar bastante forte vai chocar esta madrugada com a Terra e o espetacular pode acontecer: regiões de latitudes mais baixas podem ser brindadas com um fenómeno raro. É o caso de Portugal.

George Lepp

Ana Luísa Monteiro

Não seria a primeira vez que o improvável acontecia: no início do mês de novembro, foi possível ver auroras boreais em Portugal, um evento visto apenas na década de 30 a partir do nosso país. Apesar de não terem sido tão espetaculares como as que vemos habitualmente em países mais próximos dos polos, não deixam de ser um fenómeno extremamente raro que merece a nossa atenção e admiração.

Segundo José Afonso, investigador e Presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia, há um alerta de que uma tempestade solar bastante forte vai colidir com a Terra durante esta madrugada. É possível que as comunicações com satélites sejam perturbadas, assim como comunicações via rádio. Menos provável, mas ainda assim possível, é que sejam vistas auroras a latitudes relativamente baixas.

Já no dia 28 deste mês, o sol teve uma série de explosões que lançaram massas de partículas carregadas pelo espaço. Neste momento, temos duas ou três que vão chocar com a Terra. Uma delas será a mais forte de todas e, por isso, tem o nome de “tempestade canibal”.

“Houve um alerta de que esta massa de partículas carregadas vai passar próxima da Terra, ou chocar com a Terra”, explica à SIC Notícias o investigador José Afonso.

O sol tem um pico de atividade de 11 anos, que vai crescendo e decrescendo ao longo do ciclo. Neste momento, está apresentar um pico de atividade que faz com que aconteçam várias explosões na sua superfície que, por sua vez, lançam grandes quantidades de matéria para longe. No caminho, podem encontrar a Terra.

“Daí resultam tempestades solares que afetam a Terra. E o que se pode ver? Auroras. Espetáculos de luz que são possíveis de ver no céu à noite e que são devidos à interação daquelas partículas energéticas expelidas pelo sol com a atmosfera da Terra”, acrescenta.

O fenómeno, segundo o investigador, é “inócuo e espetacular” e, por norma, só acontece nas regiões mais a norte ou a sul, próximas dos polos. A observação das auroras, em geral, não se estende para latitudes muito baixas, como é o caso de Portugal.

Mesmo assim, o investigador aconselha, a quem tenha disponibilidade durante esta madrugada, que vá olhando para o céu porque poderá testemunhar “algo quase único”.

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