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Morais Sarmento pede cuidado com "teatro" feito por Costa para "abafar" caso

Nuno Morais Sarmento diz ainda que é preciso cuidado com António Costa. O social-democrata considera que, se o primeiro-ministro for ilibado de qualquer suspeita antes das eleições, pode conseguir abafar o processo que envolve o seu gabinete.

SIC Notícias

Lusa

O antigo ministro Nuno Morais Sarmento pediu este sábado ao PSD que não se distraia das legislativas e apelou a que tenha "cuidado" com o primeiro-ministro, a quem acusou de estar a fazer "um teatro em três atos".

"Cuidado, se António Costa, que é jurista como eu, foi capaz de perante a notícia daquele último parágrafo da Procuradoria apresentar a demissão, dizer que poderá ser provavelmente constituído arguido, que poderia ter um processo criminal contra ele... Tudo isto, no fundo, o que ele está a fazer é um teatro em três atos", afirmou.

Para o antigo dirigente do PSD, o primeiro ato foi o de falar num processo-crime contra ele "que não existe", na possibilidade de ser constituído arguido "que não está em cima da mesa".

"Nesta dramatização, cumpre-se o primeiro passo a que se segue os seus 'compagnons de route' virem todos exigir que a investigação relativamente a António Costa termine antes das eleições", disse.

Isto para que, concluiu, "o terceiro ato seja, antes das eleições, António Costa ser ilibado de qualquer suspeita e poder surgir nesse momento como o António Costa inocente".

"E nesse momento conseguir apagar que o processo que está em curso envolve o seu chefe de gabinete, o seu melhor amigo", frisou, acusando Costa de não ter hesitado "em pôr em causa o funcionamento das instituições fundamentais do nosso sistema político" para se defender.

Foco nas legislativas, pede ao partido

O antigo dirigente pediu ainda ao PSD que se foque nas próximas legislativas e no PS como seu adversário, e que não se distraia do que ainda pode acontecer até 10 de março.

"Vamos ter nestes quatro meses o que não esperamos e porventura nunca esperávamos ver no combate do PS, nas investigações e nos processos que correm, na relação entre o Presidente da República e o primeiro-ministro", antecipou.

Para Morais Sarmento, tudo isto poderá distrair os sociais-democratas, a quem aconselhou a "manter cabeça fria e ter sempre presente que o foco são as eleições e o adversário o PS", "todo o PS".

"Um PS que, encontrando-se já numa situação muito difícil, vive agora uma uma disputa interna que obrigatoriamente vai ter consequências", disse.

Morais Sarmento diz não ver como Pedro Nuno Santos poderá conviver bem com a viabilização de um Governo não socialista por José Luís Carneiro, ou como este poderá "sorrir se o PS, com Pedro Nuno Santos, correr para os braços do BE e do PCP".

"É que uma coisa é uma geringonça por necessidade, outra bem diferente é uma geringonça por opção", disse, lembrando as posições de BE e PCP sobre a Nato ou o conflito entre Israel e o Hamas.

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