A Câmara Municipal de Lisboa celebrou hoje pela primeira vez o 25 de Novembro de 1975. Uma data que não é consensual. Os partidos de esquerda não marcaram presença nas cerimónias. O rasgar de um panfleto do Movimento das Forças Armadas que ali foi deixado trouxe algum desconforto a uma data que quer celebrar a democracia, mas que há muito que não é consensual.
"Celebrar o 25 de Novembro porque todas as datas contam. E esta em particular - o 25 de Novembro - é cada vez mais importante. Estamos quase nos 50 anos do fim da ditadura salazarista. Nos 50 anos de abril. Mas comemorar abril é, por si só, um exercício incompleto. Faltava algo. Esse algo que faltava era o 25 de Novembro", declarou Carlos Moedas na cerimónia comemorativa desta data nos Paços do Concelho de Lisboa.
A 25 de Novembro de 1975, três militares morreram na Calçada da Ajuda, dois comandos ligados à chamada direita militar e um da polícia militar ligado ao Movimento das Forças Armadas.
Na altura, Portugal estava à beira de uma guerra civil com as Forças Armadas divididas, de um lado uma esquerda radical, do outro lado a chamada direita militar, que Carlos Moedas quer lembrar nesta data.
Ao começar o dia, o presidente da autarquia de Lisboa colocou uma coroa de flores junto à placa de homenagem e foi na Câmara Municipal que se voltou a repetir a mensagem de que só em Novembro de 75 se cumpriu Abril de 74.
E num dia de congresso do PSD, Carlos Moedas sem estar presente também aproveitou para mandar recados. O presidente da Câmara de Lisboa lembrou nesta cerimónia Mário Soares e lamentou a falta dos partidos de esquerda nesta cerimónia.