O Orçamento dos Açores para 2024 foi chumbado. No final do mês, Marcelo Rebelo de Sousa vai receber os partidos representados na Assembleia Regional. O líder do Governo dos Açores tem 90 dias para apresentar uma nova versão do documento. Para o comentador da SIC Luís Delgado, o cenário mais provável é que os Açores venham a realizar eleições antecipadas.
"Quase de certeza que os Açores vão ter que ir para eleições antecipadas. Naturalmente, a primeira tentação é apresentar um novo orçamento, mas ninguém percebe, nem ele, percebe como é que consegue fazer passar o orçamento.
Por isso, a avaliação do Presidente da República, falando com todos os partidos, será decisiva no sentido de se lhe dará esse tempo mais de 90 dias para apresentar um novo orçamento que pode que pode e tem o direito de o fazer, se entende o Presidente da República que de facto, perante a situação, têm que existir eleições antecipadas", considera Luís Delgado.
Pedro Nuno Santos recusa debates
O candidato a secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos recusou esta quinta-feira participar em debates com os restantes candidatos à liderança, considerando que esses confrontos iriam "dar argumentos à direita" e alegando já existem "muitos espaços" para discutir internamente.
“É evidente que faz sentido existir um debate entre os três candidatos à liderança do Partido Socialista antes das diretas”, defende Luís Delgado, para quem Pedro Nuno Santos “está a tentar evitar isso e também sabendo que está com vantagem, que está à frente, não quer perder essa vantagem”.
“Alguma coisa pode correr mal num debate que de repente uma vantagem de 10%, ou pouco mais do que isso, se possa transformar numa batalha taco a taco”, realça.
O comentador da SIC diz que estamos a três semanas mais ou menos das eleições diretas e “muito dificilmente Pedro Nuno Santos aceitará fazer isso e isso é tradicionalmente aquilo que representa a vantagem de quem está à frente - eu estou bem, eu estou numa boa posição não estou disponível para perder votos”
Luís Francisco Assis apoia Pedro Nuno Santos
Luís Francisco Assis diz que compreendeu à posteriori as virtudes da “geringonça”, isto é uma mudança de ideias para justificar o apoio a Pedro Nuno Santos.
"Francisco Assis é uma pessoa muito inteligente, é um ativo do Partido Socialista, muito importante, continua na sua posição dentro do Partido Socialista, está colocado ao centro direita, sempre se colocou assim, mas mas é completamente pragmático.
Ele compreendeu e aceitou, e todos nós portugueses, devo dizer não, e todos nós, de todos os quadrantes, percebemos que aquela aliança da geringonça, à esquerda, não foi dramática, não pôs o país numa situação muito difícil, não colocou em causa as alianças estratégicas".
Declarações de Lucília Gago
A Procuradora-Geral da República quebrou o silêncio sobre o comunicado da Operação Influencer, que levou à demissão do primeiro-ministro, António Costa. Lucília Gago disse que foi chamada a Belém pelo Presidente da República e negou a intervenção de Marcelo na escrita do famoso parágrafo que refere Costa.
Para Luís Delgado, "a verdade mesmo é que a Procuradora falou e disse o que queria e só disse aquilo que pôde dizer. Por um lado, foi coerente na narrativa, no sentido de dizer, nós, Ministério Público, Procuradoria-Geral da República, não temos nada a ver com as decisões política".
“Confirmou que foi o senhor Presidente da República que a chamou a Belém para falar com ela, e que era importante, tendo em conta que foi a pessoa que o nomeou, tendo em conta que o Presidente da República é o alto mais alto magistrado da nação e tendo em conta que o Presidente da República precisava de saber naquele momento e perante aquele dia, perante aquela confusão toda, o que é que se estava a passar”.