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Francisco Assis: "Não tenho nenhum acordo com Pedro Nuno Santos para as Presidenciais"

Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social, militante do PS e apoiante de Pedro Nuno Santos na corrida à liderança do partido esteve em entrevista na Edição da Noite da SIC Notícias.

Rafael Carvalho Ferreira

Francisco Assis apoia a candidatura de Pedro Nuno Santos à liderança do Partido Socialista. O ex-eurodeputado e atual presidente do Conselho Económico e Social não quis entrar na corrida para eleição de secretário-geral do partido e revelou o porquê de apoiar um candidato com quem teve divergências no passado, nomeadamente em relação à tão conhecida 'Geringonça'.

"Em 2015, tomei uma posição muito clara sobre a 'Geringonça', entendi que o Partido Socialista tinha legitimidade constitucional mas não tinha legitimidade moral e política para ir fazer um acordo com partidos à sua esquerda, quando não tinha dito ao seu eleitorado que iria fazer isso. Agora é preciso ver o que se passou nestes últimos oito anos, o que se pôde verificar é que é possível governar com o apoio desses partidos sem pôr em causa os grandes compromissos europeus. O PS neste momento não pode excluir essa opção governativa, e ao mesmo tempo continuo a defender que se deve manter um diálogo à direita", afirmou Assis, em entrevista na Edição da Noite, da SIC Notícias.

“Não podemos fechar portas a nenhuma solução"

Questionado sobre um eventual acordo de viabilização de um Governo do PSD para impedir que o Chega seja solução de governo, o militante socialista referiu que o Partido Socialista "não deve fechar portas a nenhuma solução que contribua para o fortalecimento das instituições democratas portuguesas".

“Não podemos fechar portas a nenhuma solução que contribua para o fortalecimento das instituições democratas portuguesas. Agora não devemos estar num momento pré-eleitoral estar a antecipar o que irá fazer”, atirou.

“Pedro Nuno Santos é a personalidade com melhores condições para unir o partido”

Apesar de algumas diferenças políticas no passado com Pedro Nuno Santos, Francisco Assis defendeu que o candidato que agora apoia é a “personalidade com melhores condições para unir o Partido Socialista”.

“Estou ao lado de Pedro Nuno Santos porque é necessário unir o partido e ele é a pessoa que junta maior adesão entre os militantes do Partido Socialista, basta ver os apoios. É a personalidade com melhores condições para unir e galvanizar o partido. Há ruturas fazer. Tem que ser um partido com uma direção mais plural, não tem a ver com o António Costa, já vem de trás. o PS tem mudar, tem que ser um PS diferente”, contou.

Pedro Nuno Santos e Francisco Assis: um bom negócio?

O comentador da SIC, Luís Marques Mendes, considerou que a união entre Pedro Nuno Santos e Francisco Assis tem um objetivo: caso o Partido Socialista ganhe as eleições, Assis terá apoio para uma eventual corrida à Presidenciais de 2026. O ex-eurodeputado não concorda com essa tese, realçando que não tem nenhum acordo com o candidato às diretas no Partido Socialista e relembrou ainda o seu passado dentro do partido.

"Não fiz nenhum acordo com Pedro Nuno Santos para ser candidato a Presidente da República. O meu passado fala por mim. Quando tive que dizer coisas desagradáveis disse, e direi novamente no futuro. Ainda estamos muito longe das eleições presidenciais. Devo ser um dos poucos socialista que que respeita a direita democrática mas que nunca votou num candidato de direita democrática, explicou.

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