O Presidente da República continua sem explicar porque é que decidiu chamar a Procuradora-Geral da República a Belém no dia em que o primeiro-ministro se demitiu. O conselheiro de Estado, Francisco Pinto Balsemão defende um "silêncio profundo" sobre o que se passa no Conselho de Estado.
O assunto tem feito aumentar a tensão entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, numa altura em que o também conselheiro de Estado, António Lobo Xavier, já disse publicamente que foi Costa quem sugeriu a reunião entre Marcelo e Lucília Gago.
Depois de o Chega ter pedido a revelação da ata do Conselho de Estado em que este assunto foi abordado, Francisco Pinto Balsemão, antigo primeiro-ministro disse que não é preciso ir tão longe.
"Como conselheiro de Estado compete-me guardar silêncio profundo sobre o que se passa no Conselho de Estado, de maneira que não me vou pronunciar". E as atas do Conselho de Estado serão libertadas daqui a 30 anos, se não me engano", atirou Balsemão.
Na segunda-feira, na Alemanha, António Costa reforçou a ideia de que nunca falou em público deste assunto e salientou o "dever de confidencialidade" sobre o que se passa no Conselho de Estado, escusando-se a confirmar ou a negar se pediu que o Presidente da República chamasse a procuradora-geral da República a Belém.
Na terça-feira à noite, António Lobo Xavier respondeu ao primeiro-ministro, que acusou de permitir "o adensar de uma intriga" visando o Presidente da República, e argumentou que perante isso se justifica "revelar a verdade", em detrimento do "dever de reserva".
O Presidente da República recebeu a procuradora-geral da República a 7 de novembro, dia em que António Costa também foi duas vezes ao Palácio de Belém, antes de apresentar a sua demissão do cargo de primeiro-ministro, por causa de uma investigação judicial.
Com LUSA