Mariana Mortágua e Paulo Raimundo estão a apostar tudo na corrida às legislativas em março para aumentarem o espaço dos partidos entre os eleitores, apesar de estarem em momentos distintos já que, segundo as sondagens, Bloco de Esquerda aparenta estar numa boa altura e o PCP seguir no sentido inverso.
Consolidação importante para ganhar margem negocial, que lhes permita ter uma melhor posição para impôr as próprias medidas ao Partido Socialista. Até lá, esforçam-se por se afastar do partido que acreditam ter desnorteado o país depois de uma maioria absoluta que não resolveu os principais problemas dos portugueses, como diz Paulo Raimundo:
"O que nós precisamos é de uma alteração política de fundo, essa é que é a grande questão. E há um elemento central para essa alteração política de fundo que é o reforço do PCP e da CDU também no plano institucional, neste caso com mais deputados que é isso que vai contar no final do dia 10. Acordos para quê? Para manter a situação no SNS tal e qual como está? Queremos acordos para isto? Não, obrigado", garante.
Posições assumidas, apesar da corrida entre Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro à liderança do PS. E se o Ministro da Administração Interna, ainda não se pronunciou claramente quanto a uma eventual geringonça, o antigo Ministro das Infraestruturas já fez uma declaração de intenções.
O também ex-secretário de estado dos assuntos parlamentares e arquiteto da geringonça de esquerda em 2015, por enquanto prefere seguir sozinho.
Caso seja eleito, garante que "o Partido Socialista vai-se apresentar a eleições sozinho e é pelo melhor resultado possível que se vai bater e nada mais do que isso. Preservando sempre aquela que é a sua autonomia estratégica, no quadro de uma campanha ainda mais. Depois, consoante o arranjo parlamentar que sair das eleições nós logo faremos a avaliação. Mas não faz sentido nós estarmos a fazer esse debate à priori quando aquilo que nós queremos é ganhar as eleições."
Quer Mariana Mortágua, quer Paulo Raimundo estreiam-se nas urnas em março, já o futuro líder dos socialistas é conhecido já em dezembro.