Não esconde que tem sido incentivado a avançar com uma candidatura à liderança do PS, mas vai fazê-lo? O antigo secretário-geral do partido, António José Seguro, diz-se “perplexo” com o que está a acontecer no país, mas entrar na corrida à liderança não é uma opção.
À margem de um evento na Lousã, Seguro lembrou que tem “estado fora da vida política nacional” e que no passado mês de maio abriu apenas uma “exceção”.
“Fiz [nessa altura] uma declaração dizendo que estava perplexo quando olho para o país e, com aquilo que estava acontecer esta semana, não só fico perplexo como partilho do sentimento de tristeza e inquietação da esmagadora maioria dos portugueses. O país merece muito mais e melhor do que aquilo com que temos sido confrontados”, lamentou, em declarações aos jornalistas.
Os jornalistas insistiram, mas António José Seguro não quis alongar-se mais na resposta. Porém, quando questionado sobre se ponderar avançar com uma candidatura ao lugar de António Costa, admitiu que tem recebido mais contactos, embora não esteja a pensar fazê-lo.
“É normal que neste turbilhão o meu telefone tenha tocado mais vezes e tenha recebido mensagens, mas não tenho nenhum Citröen para fazer a rodagem”, afirmou, vincando que a sua preocupação “é o país”.
António José Seguro, professor universitário, afastou-se da vida política depois de ter sido derrotado por António Costa, então presidente da Câmara de Lisboa, nas eleições primárias do PS de setembro de 2014 para a escolha do candidato a primeiro-ministro deste partido às legislativas de 2015.
Os candidatos já alinhados
O ex-ministro e atual deputado Pedro Nuno Santos vai apresentar a candidatura a secretário-geral do PS na segunda-feira, pelas 18:30, na sede nacional deste partido, em Lisboa. Antes, já este sábado, José Luís Carneiro fará o anúncio oficial da sua candidatura.
As eleições diretas para a sucessão de António Costa no cargo de secretário-geral do PS estão marcadas para 15 e 16 de dezembro - em simultâneo com a eleição de delegados - e o congresso está previsto para 6 e 7 de janeiro, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
Com LUSA