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Escutas a Costa: "Sabe-se pouco" sobre o processo, mas "o sinal não é bom"

O editor de Política do Observador esclareceu sobre a notícia avançada pelo jornal online, onde se revela que existem 20 escutas que envolvem o primeiro-ministro na Operação Influencer.

SIC Notícias

Rui Pedro Antunes, editor de Política no Observador, juntou-se á Edição da Manhã na SIC Notícias para falar sobre a notícia avançada pelo jornal online de que existem mais de 20 escutas que se relacionam com António Costa. O jornalista realça que Marcelo não terá outra hipótese senão dissolver e que o Orçamento irá passar, mesmo que depois sofra adaptações pela nova realidade parlamentar.

O Observador avançou que existem mais 20 escutas que envolvem António Costa, particularmente uma em que o primeiro-ministro recusa continuar a conversar sobre o tema do lítio e hidrogénio com o ministro Ambiente por telefone.

“Uma das grandes questões que existe neste momento é o grau de envolvimento do primeiro-ministro nesta história e em toda a teia que referiam, sabe-se muito pouca coisa sobre o processo, o próprio primeiro-ministro e o PS vai-se queixando disso e o primeiro-ministro nessas escutas é referido e sabe-se que o referem diretamente. Numa delas terá dado indicação que não se falasse mais sobre um determinado assunto, sabe-se pouco, mas o sinal não é bom, há um primeiro indício de que pode haver alguma coisa nessas escutas”, expõe Rui Pedro Antunes, editor de Política do Observador.

A respeito das declarações do advogado de Lacerda Machado, de que o Ministério Público poderá caído, tendo em conta que o substanciado não tem relevância para uma queda de um Governo, o jornalista refere que a escuta de António Costa poderá ser mais comprometedora.

"Sim, apesar do advogado António Magalhães e Silva, à saída ontem disse de uma forma clara que não existia no que tinha consultado, dois terços do processos, nada que envolvesse diretamente o primeiro-ministro, deve ser a escuta que está no Supremo que é comprometedora", esclarece.

Em relação ao que se passará esta quinta-feira em Belém, no âmbito do Conselho do Estado, Rui Pedro Antunes relembra que existirão, pelo menos, três vozes que estarão contra eleições antecipadas, ao contrário de 2021 em que houve unanimidade para essa decisão.

"O mais provável é que Marcelo anuncie a dissolução, mesmo que depois só formalize mais tarde para salvar o orçamento, mas parece que não há grande margem para o Presidente. O Presidente não terá unanimidade que não pretendia, porque em 2021 o Conselho de Estado foi unânime nas eleições, mas agora consigo encontrar três pelo menos que não vão de acordo, Santos Silva, Carlos César e António Costa. Vão defender uma solução que não será eleições antecipadas", profetiza o jornalista.

Tendo em conta que o Orçamento continua - até à data - de pé, permanece dúvida que, com esta crise, poderá haver alterações na especialidade. Para o jornalista do Observador, não se põe em questão, tendo em conta que o Parlamento ainda estará maioritariamente do lado do Partido Socialista.

"Creio que não haverá espaço para isso, estar a mudar o Orçamento para uma entidade que representa os partidos, o PS tem maioria e continua ser o que define o Orçamento, isso não significa que o novo Governo e com a nova representação parlamentar faça um orçamento adaptado à realidade do hemiciclo", conclui.

O Presidente da República reúne-se esta quinta-feira, às 15:00, com os conselheiros de Estado para fornecerem o seu parecer sobre a decisão a tomar para resolver a crise política. Depois, Marcelo Rebelo de Sousa anunciará ao país o veredicto final.

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