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"A Operação Influencer poderá pôr em causa a integridade do Ministério Público"

Magalhães e Silva, advogado que representa Diogo Lacerda Machado, o melhor amigo de António Costa, refere que a falta de provas está gerar uma situação grave neste processo.

SIC Notícias

O advogado Magalhães e Silva, que representa Diogo Lacerda Machado, disse que a Operação Influencer poderá pôr em causa a integridade do Ministério Público.

"Quando chegarmos ao fim espero que o Ministério Público se mantenha de pé. A falta de provas, que não estão reunidas e os factos como são descritos, é uma situação grave", afirmou o advogado esta quarta-feira à saída do Campus da Justiça, em Lisboa.

Sobre as escutas, que são, segundo disse, o essencial da prova do MP neste processo, disse que através delas se pode "verificar que efetivamente não há nada de irregular" no processo e referiu, em relação às escutas que envolvem o primeiro-ministro, António Costa, que "em 99% dizem respeito às relações privadas entre as pessoas", pelo que não têm relevância para o processo, e que a única que poderá ter relevância é a que deu origem à investigação autónoma que corre no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e sobre a qual não quis fazer comentários.

Acrescentou também que na consulta do processo essa foi a única escuta relevante que encontrou, pelo que acredita que seja a única, referindo que, se existissem outras, "deixavam rasto".

Ainda sobre Lacerda Machado, disse que foi nos factos em causa neste processo um "elo de ligação entre investidores e o Governo", tendo desempenhado uma "função útil" num projeto que seria o segundo maior no país depois da Autoeuropa, com um investimento de 3,5 mil milhões de euros e que poderia chegar aos 27 mil milhões de euros.

"Portanto, o que se estava a tratar era de um projeto de altíssimo interesse para Portugal, com a representatividade que isso comporta e em que foi feita a ligação entre os investidores privados e as várias autoridades do Governo, institutos públicos e outras entidades que possam intervir", disse.

A Operação Influencer investiga três grandes negócios: o lítio, o hidrogénio verde e o data center de Sines. Sobre este último, João Galamba terá levado para Conselho de Ministros propostas de legislação feitas pela empresa promotora. O primeiro-ministro, António Costa, está ligado aos factos sob investigação em mais de 20 escutas telefónicas.

Vítor Escária, chefe de gabinete e Diogo Lacerda Machado, o melhor amigo, são os outros indiciados neste processo que levou Costa a apresentar a demissão na terça-feira.

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