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"Qualquer fatalidade que aconteça, em novembro, não é culpa dos médicos"

Os sindicatos dos médicos consideram que compete ao Governo evitar a maior crise dos últimos 40 anos no SNS. Os clínicos dizem estar exaustos, ter os salários mais baixos da Europa e acusam o ministro Pizarro de falta de ética.

Elsa Gonçalves

Ricardo Piano

SIC Notícias

Ainda sem acordo e a dias de uma nova reunião entre médicos e Governo, o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, alertou que novembro pode ser o pior mês dos últimos 44 anos.

As afirmações de Fernando Araújo são, para os médicos, uma consequência previsível do caos criado pelo Governo.

"Não foi por falta de aviso. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM )tem as propostas e as soluções para os médicos ficarem no SNS, porque não há falta de médicos em Portugal, há é falta no SNS", destaca Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM.

Os sindicatos acusam ainda o Ministério da Saúde de intransigência e sentem-se indignados com o apelo que Fernando Araújo fez para que protestem de forma eticamente irrepreensível.

"E se também há falta de ética é por parte da equipa ministerial e de Manuel Pizarro, que parece que não percebeu que os médicos estão a trabalhar no limite e há muito tempo. Qualquer fatalidade que aconteça pelo encerramento das urgências, em novembro, a culpa não é dos médicos", avisa Joana Bordalo e Sá.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a FNAM vão apresentar, na próxima sexta-feira, uma proposta conjunta ao ministro da Saúde e garantem estar completamente disponíveis para negociar.

O que é certo é que sem acordo, novembro será mesmo um mês dramático para o SNS.

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