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Subida do nível do mar: até ao final do século, Terreiro do Paço (e não só) pode ficar submerso

O nível médio da água do mar tem estado a subir e cada vez mais depressa. Aumentou duas a três vezes mais rápido na última década, quando comparado com os últimos 30 anos, e a uma velocidade quatro vezes superior do que a dos últimos 100. Um professor universitário explica quais são as zonas mais vulneráveis.

Carolina Reis

A subida do nível do mar duplicou na última década. Portugal não escapa a esta ameaça porque no Atlântico Norte o aumento é cada vez mais rápido. As Nações Unidas avisam que se nada for feito, no final do século, o mar vai inundar dezenas de cidades.

É a uma evidência científica. O nível médio da água do mar não só tem estado a subir, como sobe cada vez mais depressa. Aumentou duas a três vezes mais rápido na última década, quando comparado com os últimos 30 anos, e a uma velocidade quatro vezes superior do que a dos últimos 100 anos.

Os dados mais recentes mostram que entre este século e o anterior há uma diferença de 12 centímetros na costa da Península Ibérica.

"O aquecimento tem feito com que haja bastante degelo e o que acontece é que a água vem ocupar um espaço, obrigando a subida deste nível. Por mais mínima que seja, em situação de tempestade ou de intensificação das tempestades acaba por causar mais problemas na zona da costa", explica José Ferreira, professor da Universidade Nova de Lisboa.

Portugal é uma zona de risco. Projeções da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa falam, até ao final do século, numa subida de um metro e meio, que pode deixar, o Terreiro do Paço, em Lisboa, submerso.

"Todo o país está sujeito a este risco. É um perigo evidente. Temos um território muito vulnerável. Quais são as zonas vulneráveis? São as baixas e arenosas e as zonas ocupadas pelo homem mais densamente. Portanto, são as áreas urbanas e os estuários onde desenvolvemos grande parte da nossa atividade económica, como Setúbal, Porto e obviamente Lisboa", acrescenta o mesmo professor.

Em 2050, cerca de 146 mil pessoas que vivem 11 concelhos podem ficar numa situação vulnerável.

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