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Incêndios, seca, falta de mão de obra: os problemas dos agricultores que resistem na Costa Vicentina

O incêndio que deflagrou em Odemira no mês de Agosto veio agravar as condições de vida dos agricultores da Costa Vicentina. Em mais um ano de seca, as primeiras chuvas trouxeram alguma esperança ao setor, mas a dificuldade em atrair mão de obra continua a ser um problema.

Marta Candeias Ferreira

Marco Mariano

Manuel, de 84 anos, sempre viveu da terra. A pele sulcada pelo sol não deixa mentir. Ainda é dos poucos que resiste. Também Emídio começou cedo no campo e recorda os arrozais fartos, que hoje não são mais que terrenos baldios. Não se adivinhava ainda o que estaria por vir.

Emídio foi um dos afetados pelo incêndio que deflagrou em agosto no pinhal de Baiona, a poucos quilómetros de casa. Abdicar do gado nunca foi opção, até agora.

Quando o tempo não joga a favor, é a resiliência que vai mantendo vivas certas tradições. Da batata-doce de Aljezur ao amendoim do Rogil, a história conta-se com as mãos.

À semelhança do gado, fixar mão de obra no sul continua a ser um dos entraves à manutenção desta herança.

Com os setores agropecuário e turístico a somar quase 15 milhões de euros de prejuízo, os danos saltam à vista. O balanço final deverá ser conhecido em outubro, bem como as restantes compensações por parte do governo.

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