Helena Carreiras garante que os casos judiciais que envolvem o ministério da Defesa não afetam a imagem pública do Governo. A ministra reiterou a confiança no atual secretário-geral do Ministério, um dos arguidos da operação "Tempestade Perfeita".
João Ribeiro, que mantém-se em funções, foi há um mês constituído arguido por suspeitas de abuso de poder e falsidade informática. Helena Carreiras diz não haver motivos para que seja afastado.
“O Ministério Público considerou que não há motivos para suspender o secretário geral, mas estou atenta ao que venha a acontecer e esperarei para decidir. Não façamos julgamentos precipitados na praça pública”, afirma Helena Carreiras.
João Ribeiro é suspeito de manipular o sistema informático do Ministério para pagar de forma antecipada a uma empresa envolvida nas polémicas obras do Hospital Militar de Belém, já acusada de corrupção.
Ministério na mira da “Tempestade Perfeita”
Ao todo, 73 pessoas são acusadas no processo “Tempestade Perfeita” por crimes de corrupção e branqueamento de capitais. Há três altos quadros do Ministério da Defesa envolvidos.
Ainda assim, a ministra alega que a imagem não fica em causa com os recentes casos polémicos.
Cravinho também visado
João Gomes Cravinho, ex-ministro da Defesa que agora está nos Negócios Estrangeiros, terá sido informado da derrapagem de mais de dois milhões de euros nos custos do Hospital Militar no inicio das obras.
Um documento, revelado esta quarta-feira pelo Correio da Manhã, mostra que em junho de 2020 Gomes Cravinho terá mesmo ignorado o aviso do então secretário de estado Seguro Sanches.
Pois, um ano depois, Cravinho nomeou Alberto Coelho, o então responsável pela obra e principal arguido da operação “Tempestade Perfeita” para presidir à Empordef, uma empresa da esfera do Ministério da Defesa.