O funcionamento dos tribunais foi suspenso, esta terça-feira, devido a falhas no sistema Citius. A razão do problema informático ainda não é conhecida, mas a falha está a afetar os tribunais de norte a sul do país.
Segundo o Jornal de Notícias, todas as diligências desta terça-feira foram suspensas ao canceladas devido à falha da plataforma Citius. É através deste sistema informático que é possível realizar quase todos os atos em processos judiciais.
O Ministério da Justiça reconhece que “existem problemas de comunicação que afetam os sistemas de Justiça”. Avança ainda que “as equipas tecnológicas estão a trabalhar na resolução do problema”.
"Tratou-se de uma interrupção num circuito externo, que se encontra em resolução", acrescentou fonte oficial do Ministério da Justiça.
O presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça, Carlos Almeida, confirmou o problema. No entanto, refere que não são conhecidas as razões para o “apagão”.
"Está tudo parado desde manhã. Tinha referido que por causa da greve estava suspensa a justiça em Portugal e o Ministério da Justiça vem confirmar isso. Isto não resulta da ação dos trabalhadores, resulta do Governo, que, ao não investir, permite isto", afirmou Carlos Almeida, em declarações à Lusa.
Também o Sindicato de Funcionários Judiciais confirmou à Lusa que existe uma falha no sistema informático.
"Tentámos falar com o IGFEJ [Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça] e não estamos a obter resposta deles. É um problema central. Regista-se de norte a sul e está tudo parado. Toda a gente diz que está sem trabalhar desde a hora de entrada, pelo que já deve haver adiamentos", disse à Lusa a secretária regional de Lisboa do SFJ, Regina Soares.
Entretanto, a dirigente do SFJ realçou que o problema informático já está a ter como consequência o adiamento de julgamentos e diligências.
"Já houve muitos adiamentos. Na Instrução Criminal de Sintra já foi tudo adiado, no Juízo Central Criminal de Almada também houve adiamentos e no Juízo Local Criminal de Lisboa registaram-se pelo menos cinco adiamentos", observou.