A Grécia está “em guerra” contra os incêndios que já queimaram milhares de hectares e obrigou a retirada de mais de 30.000 pessoas da ilha de Rodes, onde vivem apenas dois português.
Em declarações à SIC, Hugo e Raquel lamentam uma “situação sem precedentes”, para a qual “ninguém está preparado”, mas realçaram os “heróis” que estão a combater as chamas e a evitar o pior. O casal sente-se parte da família e quer “retribuir todo o amor e carinho” que recebeu no país.
“Os verdadeiros heróis desta autêntica guerra são na verdade o povo grego e os meios de socorros que estão no terreno há sete dias”, a combater “o fogo que afetou uma das ultimas florestas virgens em toda a Europa”, realça Hugo Vieira.
Os fogos, provocados pela onda de calor, começaram a “invadir áreas habitacionais e zonas hoteleiras”. Nas últimas horas, quase 2.500 pessoas foram retiradas de Corfu e durante o fim de semana, 30.000 pessoas tiveram de sair da ilha de Rodes.
“Sentimento de angustia, lastima e desalento”
No último sábado, os portugueses estiveram no terreno a ajudar, “fornecendo água e mantimentos aos bombeiros e voluntários”, e viram de perto o que se passa na Grécia.
“É uma situação de caos, calor enorme, uma enorme vaga de fogo e fumo intenso. O sentimento é de angustia, de lastima e desalento. Há mais perguntas do que respostas neste momento”, frisa Hugo, sempre a realçar o esforço “das autoridades e do povo grego”.
“Tanto eu como a minha esposa acreditamos que se não há vitimas mortais até agora, se deve aos verdadeiros heróis que estão a travar esse inferno”.
“Rodes é a nossa casa”: portugueses não querem ir embora
A situação é grave e pode piorar. A agência meteorológica nacional (EMY) indicou que a onda de calor aumentará na terça-feira e principalmente na quarta-feira, quando a temperatura chegará a 44ºC.
Mas o casal português não pretende deixar a ilha, garantindo que vai ajudar no que for possível.
Foram montados centros de acolhimento temporários, onde estivemos presentes a prestar auxilio aos turistas", conta Hugo, realçando que “praticamente toda a gente abriu as suas portas” e foi possível, para já, "acolher todas as pessoas que estão a ser evacuados para o norte da ilha".
Raquel frisa que os dois vivem numa zona segura, apesar de estarem a experienciar alguns problemas.
“Rodos é a nossa casa e o que pudermos fazer para ajudar nós vamos fazer. Estamos seguros, pois o incêndio está no centro. Para já, o que há é a vinda de todos os que foram retirados, quebra constante de eletricidade, água e Internet".