Ao que a SIC apurou, a reunião desta sexta-feira do Conselho de Estado (CE) não foi positiva para o primeiro-ministro António Costa. Fontes do CE revelam que a maior parte dos conselheiros foram bastante críticos do Governo, exprimindo muitas preocupações sobre a situação do país.
Cavaco Silva, que já no passado tinha feito críticas públicas, centrou-se sobretudo nas questões económicas. Com um discurso duro, afirmou que o país não cresce e que, assim, todos os problemas se vão agravando.
O antigo ministro das Finanças Miguel Cadilhe alinhou no mesmo discurso, mas fontes dizem à SIC que foi ainda mais veemente que o antigo chefe de Estado.
Do lado do PS, Carlos César saiu em defesa do Governo, mas ao que se sabe não se comprometeu a 100%. Aliás, segundo a SIC apurou, o presidente do Partido Socialista terá mesmo sugerido uma remodelação sem ter usado a palavra, quando se referiu às 13 demissões, alegando que, por ele, podiam até ser mais.
A reunião terminou sem terem sido divulgadas quaisquer conclusões oficiais.
No entanto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que os trabalhos seriam retomados em setembro, deixando entreaberta a porta para uma possível ‘segunda parte’ desta reunião.
A reunião realizou-se no dia seguinte ao debate sobre o estado da nação no Parlamento e depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter ouvido os partidos com assento parlamentar, entre sexta e segunda-feira.
O Conselho de Estado
Presidido pelo Presidente da República, o Conselho de Estado tem como membros por inerência os titulares dos cargos de presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, presidente do Tribunal Constitucional, provedor de Justiça, presidentes dos governos regionais e antigos presidentes da República.
Nos termos da Constituição, integra ainda cinco cidadãos designados pelo chefe de Estado - António Lobo Xavier, Luís Marques Mendes, Leonor Beleza, António Damásio e Lídia Jorge - e cinco eleitos pela Assembleia da República - que atualmente são Carlos César, Manuel Alegre, António Sampaio da Nóvoa, Francisco Pinto Balsemão e Miguel Cadilhe.