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Operação Picoas: quem são os alegados testas-de-ferro de Hernâni Vaz Antunes

A investigação acredita que Hernâni Vaz Antunes recorreu a vários familiares que serviam de testas de ferro nas várias empresas que faziam negócios com a Altice. Recorreu, por exemplo, às duas filhas e ao irmão.

SIC Notícias

2017 foi um ano de glória para Melissa Antunes, filha de Hernâni Vaz Antunes. A jogadora do Sporting de Braga tinha uma empresa - a Edge Technology - que começou a faturar milhões de euros à Altice. De 2017 até ao ano passado, foram quase 270 milhões.

A Edge foi criada com 5 mil euros de capital social, fundada por Melissa Antunes e pelo tio Joaquim Vaz Antunes, só que o Ministério Público acredita que tio e sobrinha servem apenas para esconder o verdadeiro dono da empresa.

Melissa já deixou o futebol, mas continua a ser proprietária de várias empresas e gerente de direto da sociedade milionária Edge Technology.

A Maratona Vanguarda, por exemplo, está a ser investigada por ter recebido mais de 8 milhões de euros da seguradora Sabseg, que seria a condição para a fazer negócios com a Altice.

Essa Maratona Vanguarda detém outras sociedades, como a Almost Future, que fez fortuna a comprar imóveis à MEO e a revendê-los, a seguir, nalguns casos, quase pelo dobro.

Mas Hernâni Vaz Antunes, que a investigação acredita ser o verdadeiro dono das empresas, tem outra filha, Jéssica Antunes, detida na quinta-feira da semana passada. Está e esteve ligada a várias sociedades que se detêm umas às outras.

Entre elas está o fundo Global Gold que, por sua vez, é dona de outras empresas.

A SIC consultou o contrato de sociedade por quotas - a certidão de nascimento desta empresa - e o nome do proprietário salta à vista: é precisamente Hernâni Vaz Antunes.

Criou a empresa no Natal de 2007 mas em 2015 cessou funções, precisamente quando a Altice comprou a PT e quando negócios suspeitos começaram.

No entanto, a filha do principal arguido, interveniente em várias empresas, também tem mão na Braga Systems LDA, sediada nos Estados Unidos.

A investigação diz que a Braga Systems pagava 10 mil euros por mês ao engenheiro da MEO que negociava com a Huawei e Xiaomi, os equipamentos que depois a tal Edge Technology ia comprar e, a seguir, revender à Altice.

A investigação acredita que a Altice saiu prejudicada pagar quase 270 milhões de euros a uma intermediária em vez de pagar diretamente às marcas Huawei e Xiaomi.

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