O inquérito-crime às mensagens de ódio trocadas nas redes sociais por elementos da GNR e PSP pode estar à beira do arquivamento. A investigação foi feita por um consórcio de jornalistas no ano passado, mas a denúncia pode não ser aceite como prova.
Nas redes sociais foram identificados apelos à violência, comentários racistas, xenófobos e homofóbicos. Frases e mensagens trocadas por elementos da PSP e GNR em grupos fechados a que uma investigação jornalística teve acesso no ano passado.
Foram implicados 591 elementos da ambas as forças de segurança. O trabalho do consórcio de jornalistas foi noticiado pela SIC, Expresso, Visão e Público.
Essa investigação deu origem a uma queixa apresentada pela própria Direção Nacional da PSP. Foi aberto um inquérito crime. O processo foi entregue ao departamento de investigação e ação penal de Lisboa e à Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária passou a investigar as suspeitas de incitamento ao ódio, discriminação e racismo por parte dos agentes da autoridade.
Sete meses depois, o processo corre agora o risco de ser arquivado dado que, segundo o Diário de Noticias, o conteúdo das mensagens disponibilizado pelos jornalistas pode ser considerado uma ação encoberta não autorizada e assim não ser aceite em tribunal.
Em paralelo, decorre ainda outro inquérito conduzido pela Inspeção Geral da Administração Interna que também aguarda por um desfecho nesta altura.