A guerra entre os médicos do serviço de Obstetrícia e a administração dura há, pelo menos, duas semanas. Em causa está a transferência de partos para o Hospital São Francisco Xavier durante a remodelação da maternidade do Hospital Santa Maria.
Os especialistas recusaram ultrapassar as 150 horas extraordinárias, o que levou a problemas no preenchimento das escalas e a transferir, agora, grávidas de baixo risco para os privados.
"É sabido que existe uma situação de conflitualidade e que agravou o funcionamento do serviço. Mas a minha primeira mensagem é de tranquilidade (…), as medidas tomadas pela direção executiva do SNS, nomeadamente recorrendo em caso de necessidade à prestação de serviços de maternidades privadas, permitem que todas as pessoas sejam atendidas com qualidade e segurança”, assegura o ministro Manuel Pizarro.
A primeira grávida foi enviada para um privado na noite deste domingo. Este encaminhamento é programado e acontecerá com grávidas seguidas pelo serviço de Obstetrícia sempre que o Santa Maria não tiver capacidade de assegurar o parto.
Atempadamente, a unidade hospitalar comunica à mulher que irá para um destes privados: Luz, Lusíadas e CUF são os hospitais escolhidos para receber as parturientes.
“Não estou satisfeito, queria que a conflitualidade não existisse e que não tivéssemos necessidade de recorrer ao serviço de terceiros. Mas quero dizer às pessoas para se sentirem tranquilas. As grávidas que procurarem o Santa Maria vão ser adequadamente tratadas, no próprio Santa Maria se a situação clínica se justificar, num hospital privado para onde enviaremos as pessoas com todo o acompanhamento se isso for adequado”, conclui o ministro.
Ao que a SIC apurou, a última noite foi tranquila no serviço de Obstetrícia de Santa Maria.