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Cargo europeu? Se primeiro-ministro assegura não estar interessado, "é provável" que esteja

O líder da IL foi questionado sobre a notícia do jornal Público que dá conta de que António Costa diz que não está disponível para vir a ocupar qualquer cargo na União Europeia, depois das eleições de junho de 2024.

MIGUEL PEREIRA DA SILVA/Lusa

SIC Notícias

Lusa

O presidente da IL afirmou esta segunda-feira que, se o primeiro-ministro assegura não estar interessado numa função europeia, "é provável" que o esteja, recusando "grandes ansiedades" sobre o futuro de António Costa, que acusa de não resolver os problemas.

"Olhando para aquilo que é o histórico do primeiro-ministro eu diria que, se ele assegura que não está interessado numa função europeia, é provável que esteja interessado numa função europeia. Temos um longo histórico de declarações de António Costa que são promessas, coisas que não cumpre e portanto se calhar isto é o sinal de que de facto há algum interesse", respondeu Rui Rocha aos jornalistas à margem de uma vista à Escola Superior de Saúde do Alcoitão, em Cascais.

O líder da IL foi questionado sobre a notícia do jornal Público que dá conta de que António Costa diz que não está disponível para vir a ocupar qualquer cargo na União Europeia, depois das eleições de junho de 2024.

"Para o país o mais importante é que, se for verdade que António Costa não está interessado nessas funções europeias, também não tem estado interessado em fazer a sua função de primeiro-ministro, em resolver os problemas do país, isso é a parte mais preocupante. Quanto a desejos, intenções do senhor primeiro-ministro, isso fica com ele", acrescentou.

Para Rui Rocha, "o fundamental é mesmo que se for para Bruxelas, não use o Falcon porque não faz sentido usar meios públicos para objetivos privados", numa referência à recente polémica com a escala de António Costa em Budapeste para assistir à final da Liga Europa de futebol, uma presença que não constava da agenda oficial.

"Não vale a pena entrarmos aqui em grandes ansiedades quanto ao futuro do senhor primeiro-ministro. Aquilo que é fundamental é o futuro do país e esse, já percebemos, não se resolve com António Costa nem em Portugal nem em Bruxelas, isso não é relevante", reiterou.

Na opinião do líder liberal, "é preciso é construir uma alternativa que leve o país para o patamar de desenvolvimento que é necessário", algo que acusa António Costa de não ter conseguido fazer.

Numa resposta ao jornal Público, em reação à notícia de que Bruxelas vai pressionar o primeiro-ministro português a ir para o Conselho Europeu, António Costa explicou que não aceitará qualquer missão que ponha em causa a estabilidade do país.

"Eu sou o garante da estabilidade. Já expliquei a todos que não aceitarei uma missão que ponha em causa a estabilidade em Portugal. Alguma vez eu poria em causa a estabilidade que tão dificilmente conquistei?", questionou.

O Público escreve ainda que a indisponibilidade do primeiro-ministro para ocupar cargos europeus se prende "com a sua preocupação em não criar crises políticas em Portugal".

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