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Reclamações dos utentes da saúde estão a aumentar, inclusive no privado

As queixas devido ao tempo de espera nas clínicas e hospitais privados já ultrapassam as do setor público. Mas quando olhamos para o total de queixas, o descontentamento dos utentes é muito maior no SNS.

SIC Notícias

Os tempos de espera no setor privado da saúde têm motivado mais reclamações do que o setor público e social. No total, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) registou quase 21.300 queixas de janeiro a março em 2023.

As reclamações servem apenas de barómetro, uma vez que muitas não chegam à ERS. No entanto, são o suficiente para concluir, por exemplo, que a dificuldade de aceder aos cuidados de saúde é uma das mais recorrentes: correspondem a cerca de 30% das queixas.

De janeiro a março de 2023, os hospitais e consultórios privados tiveram mais reclamações sobre o tempo de espera para atendimento do que os hospitais e centros de saúde dos setores público e social.

  • Setor privado: 22,47%
  • Setor público: 12,9%

Ao todo, no primeiro trimestre deste ano, a ERC registou 21.291 mensagens, entre reclamações, comentários e elogios.

1,75 milhões sem médico de família

A falta de médicos de família é, sem dúvidas, uma das principais razões de queixa. Em maio, 1,75 milhões de utentes ainda não gozava desse direito. Dificuldade em marcar uma consulta e corresponder a todos os procedimentos administrativos exigidos são os obstáculos mais apontados.

Queixas aumentaram, com Lisboa no topo

O que os números também permitem concluir é que desde 2021 aumentaram as queixas dos utentes. Em 2021, a Entidade Reguladora da Saúde contou 84.024. Este número subiu para 108 041 em 2022.

Conclui-se ainda que os centros de saúde do Norte do país receberam menos queixas do que os de Lisboa e Vale do Tejo.

Os Hospitais da CUF Tejo e Descobertas, sediados na capital, receberam no 1º trimeste deste ano, mais queixas do que todos os centros de saúde da Administração regional de Lisboa e Vale do Tejo.

As unidades do setor social, das Misericórdias, das IPSS e das mutualidades, foram as menos referidas.

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