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Greve professores: Governo pede serviços mínimos e apresenta três razões

Os Sindicatos da Educação convocaram greves aos exames e às avaliações finais e o Ministério da Educação reagiu ao comunicar que vai solicitar decreto de serviços mínimos para garantir a presença dos professores na vigilância durante a realização (e correção) das provas.

RODRIGO ANTUNES/LUSA

SIC Notícias

Maria Madalena Freire

O Ministério da Educação comunicou esta quarta-feira que vai solicitar decreto de serviços mínimos para as greves dos professores aos exames e provas finais, anunciadas esta manhã por Mário Nogueira.

Para o Governo, a intenção de greves aos exames finais tem de ser assegurada com a presença de professores para “garantir o interesse dos alunos e famílias - em particular na dimensão de previsibilidade que o ciclo avaliativo deve ter”.

Tendo isto em conta, existem razões que o Ministério da Educação enumera para justificar a intenção dos serviços mínimos.

Em primeiro lugar, os exames finais e avaliações garantem “o acesso ao ensino superior” e “por outro lado, o direito à avaliação e a conclusão dos processos avaliativos são determinantes para a matrícula e inscrição no próximo ano letivo”.

Depois, o Governo relembra os “avanços” que foram feitos nos últimos meses, com intensas negociações e em que o Executivo reconhece que “cedeu" com “a introdução de escalões remuneratórios para professores contratados, o reposicionamento na carreira dos milhares de professores que vão vincular já este ano, o dispositivo de aceleração das carreiras para mitigação dos efeitos do congelamento”.

Por último, o Ministério da Educação relembra que estas medidas implicam um investimento de 300 milhões de euros para a “valorização da carreira docente”.

“Este investimento resulta dos processos negociais em que o Governo tem vindo a dar passos, construindo soluções equilibradas para todas as carreiras da administração pública”, lê-se no comunicado.

Por esta razão, o Executivo expressa que “deve ser reconhecido pelas organizações sindicais que os alunos e as famílias merecem a estabilidade e tranquilidade que todos procuram no final deste ano letivo”.

Greve aos exames finais

Ainda esta quarta-feira, nove organizações sindicais de professores anunciaram que vão fazer greves aos exames nacionais e às avaliações finais, deixando ainda a promessa de manter a luta no próximo ano letivo, se os problemas se mantiverem

De acordo com Mário Nogueira, a "bola" estava agora do lado do Ministério da Educação - mas o ministro João Costa acabou de a chutar para fora de campo.

O dirigente sindical lembrou que na terça-feira (6 de junho), dia que consideram irrepetível por coincidir com os seis anos, seis meses e 23 dias que os professores têm por recuperar de tempo de serviço, está agendada uma greve geral, sem serviços mínimos decretados.

Estão também agendadas manifestações em Lisboa e no Porto.

[Notícia atualizada às 19:25]

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