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Greve na CP: adesão dos revisores é de 100%

Revisores e operadores de bilheteira estão em greve de 24 horas. Segundo a CP, entre as 00:00 e as 08:00 foram suprimidos mais de metade dos 251 comboios programados.

RODRIGO ANTUNES

Lusa

SIC Notícias

Os revisores e operadores de bilheteira do setor ferroviário estão esta quarta-feira em greve. A paralisação tem a duração de 24 horas e, segundo fonte sindical, a adesão dos revisores é de 100%.

"Nos revisores a adesão à greve é de 100%, estando apenas a ser cumpridos os serviços mínimos. No que diz respeito às bilheteiras, os dados apontam para 90% encerradas em todo o país", disse à Lusa Luís Bravo, do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).

Por sua vez, a CP indicou à Lusa que entre as 00:00 e as 08:00 foram suprimidos mais de metade (57%) dos 251 comboios programados.

De acordo com a empresa, foram suprimidos 143 comboios até às 08:00.

A CP - Comboios de Portugal indica que dos 66 comboios regionais previstos não se fizeram 34 ligações e nos urbanos de Lisboa estavam programados 112 e foram suprimidos 71.

Nos urbanos do Porto, estavam previstos para aquele período 53, tendo sido suprimidos 26 e nos comboios de longo curso realizaram-se três, das 12 ligações previstas.

"Não temos condições para levantar o pré-aviso" de greve

Vários sindicatos da CP tinham convocado uma greve para esta quarta-feira, mas na terça-feira depois de uma reunião com o secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, apenas o SFRCI manteve a paralisação.

"Fomos afetados com a questão da retirada dos revisores das marchas, vamos perder postos de trabalho e estamos a ser, na distribuição do aumento complementar, discriminados face a outros trabalhadores", disse na terça-feira à Lusa, Luís Bravo, do SFRCI.

Referindo-se à decisão do Estado de conceder um aumento intercalar de 1%, Luís Bravo disse que a CP, com a "urgência do acordo com o sindicato dos maquinistas", acabou por "absorver grande parte desse orçamento", ficando os outros trabalhadores "muitos lesados".

"Há esta falta de equidade que está a gerar desigualdades incompreensíveis. E põe em causa os nossos postos de trabalho", disse, indicando que "o secretário de Estado ouviu, está a avaliar as questões", mas não deu ainda resposta.

Por isso, "não temos condições para levantar o pré-aviso", concluiu.

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