O anúncio foi feito em tom de raspanete público no final da reunião da Comissão Permanente do PSD. Luís Montenegro informou que o partido retirou a confiança política ao deputado Pinto Moreira, que decidiu retomar o mandato sem se coordenar previamente com a direção. A “situação é dúbia", admite a editora de Política da SIC.
“Por aquilo que percebemos [Joaquim Pinto Moreira] continua como deputado, mas sem a confiança política do partido. Portanto, tudo o que disser será por responsabilidade própria”. A questão é “como é que isso depois se efetiva” porque para “intervir na bancada tem de articular com a direção, não sendo independente não pode intervir de modo próprio, ou seja, fica deputado sem voz. Está de corpo presente mas não tem valor”.
Não deixa, porém, de ser um caso “estranho”, ainda para mais por o deputado em causa ser “muito próximo de Montenegro”.
Outro dos anúncios do líder do PSD foi uma "sindicância interna" sobre a escolha dos candidatos autárquicos em Lisboa em 2017. Sublinhando que a expressão de Sá Carneiro - “banho de ética” - se ouve com “alguma regularidade”, a editora da SIC destaca que também com “regularidade há situações que são o contrário disso”.
“Quando se eleva o patamar, quando um partido está a disputar o lugar de Governo e se tem níveis de exigência de ética (…) não pode deixar de aplicar esse patamar, essa exigência a si próprio. Tem de olhar para dentro para os seus e não pode não ter o mesmo padrão, a mesma exigência”, afirmou, considerando, por isso, que “faz bem em apurar, tentar que fique tudo sem mácula da mesma maneira que o está a exigir ao Governo”, nomeadamente no caso Galamba.
Agora, refere Cristina Figueiredo, “também já ouvimos muitas vezes falar em sindicâncias, em investigações, alterações de regulamentos, códigos de ética” e tudo fica na mesma, pelo que “tenho algumas dúvidas sobre o alcance real”.