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Portugal viola direitos sociais europeus no aborto

Na maior ilha dos Açores, com 135 mil habitantes, não existe alternativa legal para quem quiser interromper a gravidez até às 10 semanas a não fazer uma viagem de 1.445 quilómetros. Uma investigação do Diário de Notícias mostrou que o hospital do Divino Espírito Santo, da Ponta Delgada, não oferece esse serviço.

SIC Notícias

13 hospitais do Serviço Nacional de Saúde - quase um terço do total de 44 - não fazem interrupção da gravidez por vontade da mulher, um direito consagrado em Portugal desde 2007.

O Serviço Nacional de Saúde paga as despesas às mulheres que se dirigem a hospitais que não disponibilizam o serviço, mas, no caso das ilhas, os custos envolvidos na deslocação não se limitam ao preço do voo e do alojamento, uma vez que há um risco real de de ultrapassar o prazo legal que é o mais curto da Europa.

As dificuldade de acesso ao aborto legal violam os direitos sociais europeus e o Comité Europeu já condenou, por exemplo, a Itália por problemas semelhantes, pois “não adianta ser grátis se não está acessível”.

Já o ministério da Saúde não respondeu às questões do Diário de Notícias sobre o cumprimento da lei do aborto em Portugal.

Em fevereiro, o ministro da Saúde prometeu medidas de correção no Serviço Nacional de Saúde, mas, três meses depois das promessas, não foram apresentadas quaisquer medidas.

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