O Ministério da Educação garante que estão reunidas todas as condições para se realizarem as provas de aferição em formato online e que o calendário previsto, com início esta terça-feira, vai ser mantido. A Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas diz que muitas provas podem não ser realizadas devido à informação tardia do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE). Em entrevista na SIC Notícias, a presidente da Associação Nacional de Professores de Informática, Fernanda Ledesma, dá conta de várias dificuldades e sublinha que as escolas não tiveram tempo para se prepararem.
"A instalação do servidor está a dar erros em imensas escolas, tal como a extração de passwords da plataforma de gestão das provas está a dar erros na extração de utilizadores e passwords para os alunos".
“As escolas têm de criar um servidor local e essas instruções não são assim tão básicas, não são para miúdos, como chegaram a dizer ontem, e além disso está a dar erros em várias escolas”, realça Fernanda Ledesma.
Esta segunda-feira, o presidente do Instituto de Avaliação Educativa, Luís Pereira dos Santos, afirmou que a aplicação para as provas de aferição foi enviada na semana passada por questões de segurança, sendo uma aplicação simples que "até os alunos podem instalar".
"É uma aplicação que é necessária para garantir a segurança e a equidade entre os alunos, mas é uma aplicação de instalação muito simples. Não é necessário um professor muito especializado para fazer essa instalação, até os próprios alunos a podem fazer", disse aos jornalistas, acrescentando que são precisos apenas alguns segundos para descarregar a aplicação.
Além disso, Luís Pereira dos Santos salientou que as escolas podem fazer a instalação de "forma muito gradual", até porque a primeira prova digital é a de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e vai decorrer ao longo de duas semanas.
Na SIC Notícias, a presidente da Associação Nacional de Professores de Informática voltou a realçar que o processo não é simples, acusou o Ministério e o IAVE de "desvalorizar o trabalho dos professores".
“Ontem recebemos vários prints de várias escolas que nos mostram que essa instalação está a dar erros e, portanto, não é assim tudo tão simples”, alerta Fernanda Ledesma.
A docente sublinha, contudo, que as provas vão ser realizadas, mas que tudo isto podia ter sido evitado e defende que o ideal teria sido adiar este processo para o próximo, para que tudo fosse feito com mais tranquilidade.