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Quebra na produção de cereja chega aos 70%

A maioria das variedades foram afetadas pelas temperaturas baixas e pelas geadas de abril. Prejuízo pode ultrapassar os cinco milhões de euros na Cova da Beira.

A produção de cereja na Cova da Beira sofre uma quebra de até 70% este ano, com prejuízos superiores a cinco milhões de euros. A maioria das variedades foram afetadas pelas temperaturas baixas e pelas geadas de abril.

As variedades intermédias, que entrariam em plena produção entre 20 de maio e 20 de junho, são as mais afetadas.

“A partir da primeira semana de floração, tivemos temperaturas muito baixas durante a noite, [as cerejas] foram queimadas pelo frio. As que já estavam vingadas, ou a entrar nesta fase, não resistiram e caíram”, diz o floricultor Paulo Ribeiro.

Num pomar na freguesia do Ferro, no concelho da Covilhã, em 52 hectares de plantações há linhas de árvores de quase um quilómetro sem qualquer fruto. “Nesta área a expectativa era 300 toneladas, se atingirmos 70 vamos considerar um sucesso”, admite Paulo Ribeiro.

Preços vão ser “obrigatoriamente” mais altos

Na freguesia da Enxabarda, localizada na serra da Gardunha, no Fundão, Patrique Marques relata que, “num mar de 20 hectáres”, não há fruta em “praticamente 50%” e, por isso, já espera “um certo prejuízo”.

O produtor de cereja confessa que os preços vão ter de subir este ano.

“Terá obrigatoriamente de ser mais caro, caso contrario os produtores não terão sequer dinheiro para tratar os pomares e começar a pensar já em 2024”, afirma Patrique Marques.

As variedades intermédias representam 80% da produção total dos pomares da Cova da Beira. A quebra tem assim um grande impacto económico na região.

A previsão é de que as quebras na produção de cereja vão representar uma perda de receita para os produtores superior a 5 milhões de euros em 2023.

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