Ricardo Salgado deve mais de 30 mil euros ao Tribunal Constitucional. Nos últimos três anos, o antigo banqueiro perdeu mais de uma dezena de recursos e reclamações, mas apenas num dos casos pagou a taxa de justiça. O ex-presidente do Grupo Espírito Santo alega que não tem dinheiro.
Ricardo Salgado garante que está de mãos atadas, sem acesso a qualquer património, para poder pagar a dívida que se acumula há três anos no Tribunal Constitucional.
Desde 2020, o Tribunal Constitucional exigiu ao antigo presidente do Grupo Espírito Santo 31.416 euros, mas, até agora, foram pagos apenas 714 euros. Isto significa que salgado deve ao Constitucional mais de 30.700 euros.
Um valor que garante estar impedido de pagar por ter todo o património arrestado à ordem do processo Universo Espírito Santo.
Numa exposição a que a SIC teve acesso, Ricardo Salgado lembra que prestou cauções de três milhões de euros em dois processos, que viu serem arrestadas as contas bancárias na Suíça - onde tinha mais de 8,5 milhões de euros - e que a reforma de 51.862 euros que recebia em 2015 foi penhorada e está agora reduzida a 1.900 euros líquidos.
Tem o usufruto de uma casa em Cascais, mas não tem imóveis, automóveis nem outros bens que possam servir para liquidar as dívidas, alega. Até porque tem de suportar os custos de defesa em todos os processos em que é arguido.
Já Amílcar Morais Pires, ex-braço-direito de Salgado e antigo administrador financeiro do BES, tem estado a pagar as dívidas. Pediu apenas ao Constitucional para as saldar em prestações, como tem vindo a fazer noutros processos. Argumenta que está desempregado desde 2014 e que vive de poupanças e do apoio de familiares.