Milhares de pessoas manifestaram-se este sábado em seis cidades do país pelo direito à habitação. O movimento juntou várias organizações, que consideram insuficientes as medidas aprovadas pelo Governo esta semana. Lisboa foi a cidade com maior adesão e não é por acaso, uma vez que é uma das mais caras do país.
David Ferreira, com 81 anos, não faltou à manifestação desta tarde, em Lisboa, pois não contava que nesta fase da vida estivesse a passar por um momento tão difícil.
"O senhorio mandou-me agora uma carta que não me renova o contrato e tenho de sair", revela.
David Ferreira conta ainda que paga 422 euros de renda, o mesmo que recebe de reforma. Não tem outro sítio para onde ir, mas na casa onde ainda vive não pode ficar:
"O resto é pedir esmola. O senhorio quer fazer um novo contrato de 422 para 1000 euros. 1000 euros!", confessa.
Histórias acumulam-se
Esta história cruza-se com a de muitos outras pessoas que este sábado saíram à rua pelo direito à habitação. A manifestação juntou milhares de pessoas, em Lisboa, onde para muitos é praticamente impossível comprar ou arrendar casa.
O protesto contou com a presença de várias associações que criticam o pacote de medidas aprovado esta semana pelo Governo. A associação Habita, por exemplo, pede a “suspensão imediata dos despejos” .
Entre as várias famílias com vários filhos que não sabem o que fazer existem jovens que querem iniciar a vida adulta, mas não conseguem independência.
Da Alameda ao Martim Moniz pediram-se rendas mais baixas e salários mais altos pelo direito a uma habitação digna.