Os médicos iniciaram esta quarta-feira uma greve de dois dias, convocada pela Federação Nacional dos Médicos. Centenas de consultas e cirurgias estão a ser canceladas em todo país. Em frente ao Ministério da Saúde, decorre uma manifestação dos médicos, que exigem melhores condições de trabalho e salários. Pedem ao Governo que tenha abertura para negociar.
Os manifestantes chamam pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e por António Costa. Além dos médicos da região de Lisboa e Vale do Tejo, vieram também mais de cinco autocarros do norte do país para uma das várias ações de protestos marcadas para os dois dias de greve.
Um dos médicos em protesto é diretor de serviço e soma já 35 anos de serviço no SNS. “Tenho um serviço completamente destruído porque não tenho médicos”, conta à SIC. “Os médicos estão a sair do serviço, não têm condições de trabalho e cada vez está mais difícil de trabalhar.”
Luta pelo direito “a ser pessoa” no SNS, seja com aumentos salariais ou melhoria das condições de trabalho e critica a atual gestão: “Não é legítimo que se peça às pessoas que fazem horas extraordinárias programadas, não é justo”.
Uma médica também em protesto afirma que está em luta por um “SNS para sempre, igual para todos, que valorize os médicos e todos os profissionais”.
“No dia a dia sinto pressão, sinto que tenho de trabalhar mais por mais utentes quando poderia dar mais qualidade aos que são verdadeiramente meus”, conta, sublinhando que “é preciso uma boa política de saúde, pensada para o utente e para os profissionais”.