Vários relatos de maus-tratos em lares têm sido reportados, desde o começo da pandemia. Há duas semanas a SIC denunciou um caso num lar no Montijo, e após uma primeira investigação a Segurança Social não detetou “falhas na higiene do espaço”, mas esta segunda-feira voltou a ser alvo de inspeção depois da reportagem da SIC, de domingo.
Júlia Cardoso, presidente da Associação dos Profissionais de Serviço Social, e Maria do Rosário Gama, presidente da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe!) analisaram os casos de maus-tratos em lares do país.
Para Júlia Cardoso para além de ser dever do Estado fiscalizar, “todos nós, enquanto cidadãos, também temos de fiscalizar”.
"Como é que um familiar visita o seu familiar e não percebe que ele está com escaras. A que se devem as escaras? Este é um problema muito complexo em que todos nós temos de considerar que papel estamos a desempenhar"
"Não é por ser mais velho que deixa de ter direito a uma vida digna"
"É preciso perceber o que é uma pessoa na sua dignidade e no seu desenvolvimento ao longo da vida e não é por ser mais velho que deixa de ter direito a uma vida digna", reforça.
Maria do Rosário Gama realça que o que está a acontecer “é a ponta do icebergue. Neste lar, os residentes pagam cerca de 1500€, estão a pagar mais do que o custe médio e com condições abaixo do esperado”
“Estamos a assistir a uma falta de dignidade que é um dos direitos sociais que está numa resolução das Nações Unidas”
A presidente da APRe! concluí dizendo que “não tenho palavras para classificar o que está a acontecer, neste lar”.