Os enfermeiros do setor privado dizem que existe uma falsa ideia de que “estão muito bem”, mas garantem que essa não é a realidade. Admitem que há uma insatisfação transversal dos profissionais nos grupos Luz, Lusíadas e CUF, sobretudo no que diz respeito à carga horária.
“Alguns enfermeiros chegam a fazer 60 horas semanais sem que o trabalho extraordinário seja pago”, revela Isabel Barbosa, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
É a primeira vez que os enfermeiros abrangidos pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada vão estar em greve. A paralisação está marcada para dia 16 de março, um dia antes da greve nacional da Administração Pública, convocada pela Frente Comum.
“As condições de vida dos trabalhadores vão-se degradando e a insatisfação também vai acompanhado. Tal como no público, no privado também há insatisfação”, diz a dirigente sindical.
Entre as reivindicações, os enfermeiros do privado exigem uma revisão da Convenção Coletiva de Trabalho que inclua, por exemplo, um aumento salarial de 10%, a implementação de 35 horas semanais e uma compensação das horas penosas, como o trabalho à noite, fins de semana e feriados.
O Sindicado dos Enfermeiros dos Médicos Portugueses espera uma forte adesão de um universo de 4200 enfermeiros, espalhados por 75 instituições.
À SIC, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada garante que “não recebeu qualquer pré-aviso de greve” e que tomou conhecimento da paralisação através da comunicação social.