O dia para o protesto em Braga pelo direito à habitação não foi escolhido ao acaso, enquanto o Conselho de Ministros está reunido para aprovar o novo pacote de medidas de apoio à habitação, um grupo pessoas acampou esta manhã em frente ao banco de Portugal.
Num dos distritos mais caros para arrendar casa, foram várias as famílias e estudantes que se juntaram no centro de Braga, acampando com várias tendas para simbolizar as condições da habitação em Portugal.
A subida de juros dos empréstimos à habitação levou ao aumento dos preços das casas, é cada vez mais é difícil “arranjar apartamentos para arrendar, os preços mais baixo andam entre os 700/800 euros”, afirma Cândido Almeida, do movimento “os mesmos de sempre a pagar”.
A situação afeta todas as idades: alguns idosos já receberam cartas de despejo e o futuro incerto é algo inquietante.
Maria Leite, vive na mesma casa há 15 anos e "apesar de pagar 180 euros não tenho as melhores condições , não posso dizer que vivo numa casa digna, vivo naquela que eu posso pagar. Tentaram pôr me fora, a casa foi vendida a uma imobiliária e neste momento tenho um contrato de cinco anos. Com esta idade, não tinha de estar preocupada se vou ter casa."
Também para os estudantes se torna mais difícil estudar e viver no próprio país, muitos veem-se obrigados a viver noutras cidades e a deslocar-se diariamente para as aulas.
“Eu estudando aqui na Universidade do Minho e vivendo no Porto tenho que fazer uma viagem cerca hora e meia para vir e para voltar. Devido aos preços que estão cada vez a aumentar mais não consegui arranjar quarto aqui então tenho que me pôr nessa situação de ir e vir todos dias”, afirma Inês Castro, aluna da UM.
O objetivo desta é alertar o governo para controlar a especulação mobiliária dando condições de vida dignas aos portugues.