Milhares de professores de todo o país concentraram-se este sábado em frente ao ministério da Educação, de onde parte mais uma manifestação exigindo melhores condições salariais e de trabalho.
Antes da hora prevista para o arranque da marcha organizada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P) já milhares de docentes de todos os níveis de ensino estavam na Avenida 24 de julho, Lisboa, erguendo cartazes com as suas reivindicações e protestos para exigir melhores condições de trabalho e salariais e contra os serviços mínimos nas escolas.
"Guardião da Constituição, pedimos a sua intromissão" era uma das mensagens de uma docente que participava no protesto que vai terminar em frente ao Palácio de Belém, onde os professores esperam ser ouvidos por Marcelo Rebelo de Sousa.
Pouco depois das 16:15, começaram a chegar os primeiros manifestantes a Belém e gritavam: "Está na hora de o Presidente vir cá fora".
Segundo o coordenador do STOP, a manifestação deste sábado conta com cerca de 100 mil pessoas, sendo a terceira marcha organizada pelo mais jovem sindicato de professores e pessoal não docente.
Tribunal Arbitral decide fixar serviços mínimos
Este sábado, os manifestantes protestam contra a definição anunciada na sexta-feira de serviços mínimos nas escolas que visam garantir, por exemplo, refeições aos alunos ou a permanência das crianças com necessidades especiais educativas.
O Tribunal Arbitral decidiu fixar serviços mínimos, a pedido do Governo, para a greve por tempo indeterminado de professores e não docentes, que se prolonga desde dezembro.
Em comunicado, o Ministério da Educação justifica o pedido de definição de serviços mínimos com a "duração e imprevisibilidade das greves decretadas pelo S.TO.P e consequências acumuladas para os alunos, no que concerne a sua proteção, alimentação e apoio em contextos de vulnerabilidade".
Delegação de professores deverá ser recebida por consultores da Casa Civil
Os professores e pessoal não docente estão em greve desde dezembro contra a proposta do ministério para um novo modelo de recrutamento e colocação de professores, mas também para exigir a recuperação do tempo de serviço que esteve congelado durante a Troika ou o fim das vagas e quotas de acesso aos 5.º e 7.º escalões da carreira docente.
Além das iniciativas promovidas pelo STOP estão também a decorrer greves organizadas pelo SIPE e por uma plataforma de nove sindicatos, entre as quais estão a Fenprof e a FNE.
A delegação dos professores e pessoal não docente em protesto deverá ser recebida por consultores para a área da Educação da Casa Civil do Presidente da República, no Palácio de Belém.
No passada quinta-feira, foram recebidas, também por consultores da Casa Civil, representantes de vários sindicados de professores.
Segundo uma nota disponibilizada no "site" da Presidência, "as organizações sindicais apresentaram a sua perspetiva sobre a situação profissional dos professores e entregaram informação para ser transmitida ao Presidente da República".