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Barragens portuguesas atingem 80% da capacidade de armazenamento

A chuva das últimas semanas deu uma ajuda preciosa. Ainda assim, os níveis no Alentejo e Algarve continuam a preocupar.

CARLOS COSTA

SIC Notícias

As barragens estão, em média, a 80% da capacidade. O Litoral Alentejano e o Algarve são as exceções com a água ainda em níveis preocupantes.

De outubro para cá choveu o suficiente para que as barragens passassem de um armazenamento médio de 58% para mais de 80%. Mas apesar da diferença considerável, nem todos os problemas estão resolvidos.

Na bacia do Sado, no Litoral Alentejano e no Algarve ainda há pelo menos três barragens com o nível de água abaixo dos 20%, considerado preocupante.

Já no resto do país há mais água armazenada e sete barragens, das 71 monitorizadas, estão já na capacidade máxima.

É o caso do Alqueva que, devido às chuvas de dezembro, viu o nível da água subir mais de quatro metros e meio. Os recentes dias de muita precipitação já permitiram recuperar os recursos hídricos retirados ao longo de 2022 e acumular ainda mais.

Mesmo que não chovesse mais, neste momento, há água para pelo menos os próximos três anos.

Apesar de animadores, os níveis das barragens não iludem Maria José Roxo, geógrafa da Universidade Nova de Lisboa.

“Não é um questão confortável. Nós temos que pensar que é importante que as barragens aumentem de volume e isso é fantástico, é muito bom. [É importante] Não pensar que por termos estes eventos que temos o assunto selecionado, porque não temos”, alerta a especialista.

Reconhece melhorias mas lamenta a falta de medidas reais que possam ajudar a melhorar o uso da água e, consequentemente, o problema da seca.

“Aquilo que nos aconteceu no passado não foi só uma questão da seca em si, e isso foi grave e fez-nos pensar, mas também foi uma questão de gestão dessas mesmas barragens. Se eu tenho uma barragem que é para energia e consumo humano então tenho que dar prioridade a uma reserva para consumo humano e não gastar essa água na produção de energia”, acrescenta

Avisa que a situação de seca vai voltar a ocorrer ano após ano e que, só nesses momentos, se vai perceber “que não se fez nada” e que faltam medidas estruturais.

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